terça-feira, 3 de julho de 2012

=PARA O BEM OU PARA O MAL=



        



Que me perdoem os saudosistas.

Se bons ou ruins foram os tempos passados, eles já não mais existem.

Tudo mudou.

Vivemos no mesmo planeta. Mas tudo é diferente. Nós e o planeta somos outros.

Tal qual a Renascença fez com que emergíssemos das trevas, aqui e agora, com as dores do parto ou não, estamos a ver a nossa volta os vagidos desta criança nascente.

Se sistêmico era o mundo, hoje ele mais: é sistêmico e instantâneo.

Sejam as notícias, sejam os meios de transporte, sejam as ideias, os costumes, os hábitos, as crenças, os símbolos, os mitos veem com a luz. Não dormimos mais. Também não estamos suficientemente acordados. Se “durmo”aqui, no dia seguinte acordo com a Torre Eiffel sob a ponta das asas. Se abro a WEB já no dia anterior lá, e ainda vigente aqui, as Bolsas de Valores expõe seus resultados do dia anterior ao que estou vivendo.

Mas não é só. É muito mais.

E o consumismo desenfreado ?

Mal saimos da loja e já vemos em outra um produto que, segundo dizem, é bem melhor e, talvez, seja mesmo. É aquele arrependimento ! Quem não o teve ?

Meu finado saudoso pai, em sua simplicidade, dizia “en passant”: “Vocês, hoje, para casarem, tem muito mais problemas. Casei com sua mãe tendo uma mesa de cozinha, um fogão a lenha, um guarda-roupa, um guarda-comida, quatro cadeiras para a sala, além da cama onde amavamo-nos. Nao existia isso de TV, de rádio, de telefone, de geladeira, de micro ondas, de celulares, de lavadeiras automáticas, de rádio, de WEB.” Isso para as casas ainda mais simples. Outras há que possuem até escada rolante.

E um consumidor força o outro. Se não força diretamente, o faz na pessoa de seus filhos que, vendo os demais consumirem, querem também.

Nessa roda de consumir vai a vida. É aquele adágio popular: “Gastar o que ganha para ganhar o que gasta.” Todos nós, no mundo todo, estamos a dever. Isso significa que estamos a sacar contra o futuro, contra nossos rendimentos do futuro. Se acaso os tivermos. Se não tivermos, que se danem o os banqueiros ladrões.

Aqui meu caro Amigo, a pergunta não é a de Friedrich Nietzsche: "Será o Homem um erro de Deus, ou Deus um erro dos Homens?"

Com erro ou sem ele, a pergunta é uma só: O planeta suportará o consumo desenfreado dos homens ?

E Homem continuará, para o bem ou para o mal, até seu final de glória ou de desgraça.

Há algum outro paradigma ?

O Peregrino.