RHINE
Este fato é verídico.
Tenho que
relatá-lo por inteiro, para que veja o leitor o fim misteriosamente surpreende.
Digno da análise de um Joseph Banks
Rhine, pesquisador
norte-americano, pioneiro no desenvolvimento de pesquisas científicas na área
da paranormalidade (parapsicologia). Rhine fundou no final da década de 60 o laboratório
de parapsicologia, o "Journal
of Parapsychology", e a "Foundation for Research on the Nature of Man". Somente um
cientista como esse poderia oferecer alguma explicação.
ESTRADA - REVOLVER - CAMINHONETE
Aos fatos.
Tendo eu, na cidade de
Sacramento, ficado o dia todo na procura de caminhões boiadeiros de retorno a
Ituiutaba ou Uberlândia, ao final do dia, já noite, desisti da procura. A lua
era cheia, linda em um céu azul escuro. Pensei e resolvi seguir viagem, pelo
menos até Uberaba. A caminhonete era nova, uma D -20 ainda na primeira revisão.
Não havia porque não tomar estrada e continuar.
Estava não? Sou obrigado a relatar os fatos, para vejam o que
aconteceu inexplicavelmente no seu fim.
Tendo eu, na cidade de
Sacramento, ficado o dia todo na procura de caminhões boiadeiros de retorno a
Ituiutaba ou Uberlândia, ao final do dia, já noite, desisti da procura. A lua
era cheia, linda em um céu azul escuro. Pensei e resolvi seguir viagem, pelo
menos até Uberaba. A caminhonete era nova, uma D -20 ainda na primeira revisão.
Não havia porque não tomar estrada e continuar.
A trecho era ermo.
Inteiramente. Não havia posto nem casas às margens. Um chapadão plano e sem fim,
e desabitado.
Uns 20 km, saindo de
Sacramento, um carro vindo atrás, deu sinal de luz. Diminui a velocidade. Passou-me e reduziu a marcha também. Eu o
ultrapassei. Ele deu sinal de luz novamente e reduzi. Ele firmou-se atrás de
mim. Aí, entendi. Naquele local, onde não havia viva alma, eles eram
assaltantes. Por ali já houvera assaltos, eu tinha notícias. Aumentei a marcha.
Uma reta só naquela planura sem fim.
Quando aumentei, o
carro atrás aumentou também. E continuamos já em desbalada carreira. Por uns 5
minutos.
Eis que, então, surge à
frente uma espécie de retorno muito mal feito. Vi nele a oportunidade, mesmo
naquela desenfreada velocidade, de fazer o retorno e voltar para Sacramento.
Entrei, cortei a pista que eles vinham, fiz o retorno e a caminhonete levantou
um lado e tornou a cair na pista. Não capotei.
Neste instante, quando
estávamos o carro e a caminhonete emparelhados, ouvi o tiro. Um. Depois o
outro. Lembro-me nitidamente do rosto do ladrão atirando. Estava de óculos
escuros, apesar da noite. Acertou na carroceria.
Saí da curva, graças a
Deus, quase tendo capotando, mas na frente deles e peguei, com o pé atolado no
acelerador, a estrada que voltava a Sacramento. Foi uma correria louca. Eles
tentando alcançar-me e eu “voando” na frente. A estrada, aquela pista negra e
desolada à frente.
ACAMPAMENTO
Com a luz muito boa da caminhonete vi, de longe, um solitário
acampamento que abrigava uma turma para a construção de uma ponte nesta mesma
estrada. Pensei: “É lá...que se dane o resto ! ! !”
Entrei, a uma média de
cento e tantos quilômetros por hora, arrebentando a frágil porteira, levantando
poeira para todo lado, em uma barulheira infernal e atravessei o acampamento. Todo
pessoal levantou atordoado e assustado. E um nortista, zelador do acampamento,
já estava de cartucheira em punho. Aos gritos ele disse: “Vou matar.” Correu
para a pista e -incrível !- conseguiu
atirar no veículo dos ladrões do qual eu distanciara. Tudo muito rápido. Os
assassinos desapareceram na noite silenciosa.
Mas o impressionante,
inexplicável, para mim incompreensível, um mistério que nunca entenderei, é
que, anos após, passando no mesmo local, em uma noite como aquela, meu filho
guiando, eu disse: “Foi aqui, meu filho. Foi aqui onde fui atirado.” A luz do
veículo se apagou instantaneamente e nada conseguiu ascendê-la. Mais estranho
ainda foi que uma alma peregrina -louca diria eu- naquele ermo sem movimento
algum, à noite, parou seu veículo e fomos comboiados por ele para a cidade.
No outro dia de manhã a luz ascendeu
normalmente. Revisamos o veículo todo. Nada, nenhum defeito foi achado.
E aqui fico pensando: “Por quê,
inexplicavelmente, naquele instante, naquele local desolado, a luz se apagou. Seria
Deus o viajante deste veículo que nos levara na noite escura até Sacramento ?”
Mal o vimos. Ele se foi, não lhe agradecemos.
Ou será que Rhine, o fundador da
Parapsicologia, explicaria ?
Um ótimo fim de semana para todos vocês. Sem
tiros, obviamente.
J. R. M. Garcia.
. Joseph Ban