sexta-feira, 24 de agosto de 2012

= DOIS TIROS NESTE BLOGUEIRO =

RHINE


        Este fato é verídico.
        Tenho que relatá-lo por inteiro, para que veja o leitor o fim misteriosamente surpreende. Digno da análise de um Joseph Banks Rhine, pesquisador norte-americano, pioneiro no desenvolvimento de pesquisas científicas na área da paranormalidade (parapsicologia). Rhine fundou no final da década de 60 o laboratório de parapsicologia, o "Journal of Parapsychology", e a "Foundation for Research on the Nature of Man". Somente um cientista como esse poderia oferecer alguma explicação.

ESTRADA - REVOLVER - CAMINHONETE 

             Aos fatos.
        Tendo eu, na cidade de Sacramento, ficado o dia todo na procura de caminhões boiadeiros de retorno a Ituiutaba ou Uberlândia, ao final do dia, já noite, desisti da procura. A lua era cheia, linda em um céu azul escuro. Pensei e resolvi seguir viagem, pelo menos até Uberaba. A caminhonete era nova, uma D -20 ainda na primeira revisão. Não havia porque não tomar estrada e continuar.
Estava não? Sou obrigado a relatar os fatos, para vejam o que aconteceu inexplicavelmente no seu fim.
        Tendo eu, na cidade de Sacramento, ficado o dia todo na procura de caminhões boiadeiros de retorno a Ituiutaba ou Uberlândia, ao final do dia, já noite, desisti da procura. A lua era cheia, linda em um céu azul escuro. Pensei e resolvi seguir viagem, pelo menos até Uberaba. A caminhonete era nova, uma D -20 ainda na primeira revisão. Não havia porque não tomar estrada e continuar.
        A trecho era ermo. Inteiramente. Não havia posto nem casas às margens. Um chapadão plano e sem fim, e desabitado.
        Uns 20 km, saindo de Sacramento, um carro vindo atrás, deu sinal de luz. Diminui a velocidade.  Passou-me e reduziu a marcha também. Eu o ultrapassei. Ele deu sinal de luz novamente e reduzi. Ele firmou-se atrás de mim. Aí, entendi. Naquele local, onde não havia viva alma, eles eram assaltantes. Por ali já houvera assaltos, eu tinha notícias. Aumentei a marcha. Uma reta só naquela planura sem fim.
   Quando aumentei, o carro atrás aumentou também. E continuamos já em desbalada carreira. Por uns 5 minutos.
        Eis que, então, surge à frente uma espécie de retorno muito mal feito. Vi nele a oportunidade, mesmo naquela desenfreada velocidade, de fazer o retorno e voltar para Sacramento. Entrei, cortei a pista que eles vinham, fiz o retorno e a caminhonete levantou um lado e tornou a cair na pista. Não capotei.
        Neste instante, quando estávamos o carro e a caminhonete emparelhados, ouvi o tiro. Um. Depois o outro. Lembro-me nitidamente do rosto do ladrão atirando. Estava de óculos escuros, apesar da noite. Acertou na carroceria.
        Saí da curva, graças a Deus, quase tendo capotando, mas na frente deles e peguei, com o pé atolado no acelerador, a estrada que voltava a Sacramento. Foi uma correria louca. Eles tentando alcançar-me e eu “voando” na frente. A estrada, aquela pista negra e desolada à frente. 
ACAMPAMENTO

         Com a luz muito boa da caminhonete vi, de longe, um solitário acampamento que abrigava uma turma para a construção de uma ponte nesta mesma estrada. Pensei: “É lá...que se dane o resto ! ! !”
       Entrei, a uma média de cento e tantos quilômetros por hora, arrebentando a frágil porteira, levantando poeira para todo lado, em uma barulheira infernal e atravessei o acampamento. Todo pessoal levantou atordoado e assustado. E um nortista, zelador do acampamento, já estava de cartucheira em punho. Aos gritos ele disse: “Vou matar.” Correu para a pista e  -incrível !- conseguiu atirar no veículo dos ladrões do qual eu distanciara. Tudo muito rápido. Os assassinos desapareceram na noite silenciosa. 
        Mas o impressionante, inexplicável, para mim incompreensível, um mistério que nunca entenderei, é que, anos após, passando no mesmo local, em uma noite como aquela, meu filho guiando, eu disse: “Foi aqui, meu filho. Foi aqui onde fui atirado.” A luz do veículo se apagou instantaneamente e nada conseguiu ascendê-la. Mais estranho ainda foi que uma alma peregrina -louca diria eu- naquele ermo sem movimento algum, à noite, parou seu veículo e fomos comboiados por ele para a cidade.
No outro dia de manhã a luz ascendeu normalmente. Revisamos o veículo todo. Nada, nenhum defeito foi achado.
E aqui fico pensando: “Por quê, inexplicavelmente, naquele instante, naquele local desolado, a luz se apagou. Seria Deus o viajante deste veículo que nos levara na noite escura até Sacramento ?” Mal o vimos. Ele se foi, não lhe agradecemos.
       Ou será que Rhine, o fundador da Parapsicologia, explicaria ?
   Um ótimo fim de semana para todos vocês. Sem tiros, obviamente.
J. R. M. Garcia. 
       
           

. Joseph Ban