HOMEM TRABALHANDO NO COMPUTADOR
Amigos.
É tão estranho, passado milênios, voltar à
Escola !
Dei aulas de Geometria nos primeiros cursinhos
para faculdades. Fui Professor de Prática Forense. Fiz alguns discursos
políticos. Dirigi mais de 300 funcionários como Superintendente gestor de todo
Transporte coletivo da cidade.
E, agora, já no final da vida, retorno aos
bancos escolares.
Fico constrangido de uma cabeça branca ali
estar, entre pessoas bem mais jovens, estudando. De longe o mais velho de todos
alunos.
Humildade ?
Não. Tenho certeza que não. Necessidade.
Vendo-me perdido neste oceano que é a
Informática, voltei a estudar. Por três meses frequento diariamente as aulas.
ALUNO REBELDE
E, sabem de uma coisa ?
Fui na verdade um péssimo aluno seja na
Faculdade, sejam nos cursos que a ela antecederam.
Eu era daqueles que escolhem professores e
matérias. Se achava o mestre simpático era bom aluno e, às vezes, a matéria. Se
era antipático “dava uma bola” para o bedel e sumia do pátio para não ter
dúvidas se ia ser encontrado. Literalmente fugia.
PROFESSOR ABRAHÃO DE MORAIS
Mas em Física fui sempre um encantado. Abrahão
de Moraes foi meu Professor no Curso
Científico no Bandeirantes (hoje Universidade) e, com naturalidade, (eu
imaginando uma bronca), chamou-me para conversar. O fim de seu diálogo era
aconselhar-me a fazer Física Teórica. Ele era muito rico e acho que nem sabia o
quanto -era muito “desligado”- e eu cá
com meus botões, pensando: “Se faço Física vou é morrer de fome...” E morreria
mesmo.
Mas
ainda hoje sou um apaixonado por Física, não só a “newtoniana” quanto a
“quântica”. Lembranças eternas dele.
ANJOS MEUS PROFESSORES
Mas,
voltando as aulas de informática.
Tenho
uma Professora, Dna. Lia, que tratá-la como uma pessoa especial é dizer muito
pouco. Ela talvez devesse ser Psicóloga. Se tivesse conhecido Jung, ele lhe
daria o Diploma, posto que ela decifra a alma de qualquer de seus alunos, adequando-se
a metodologia pessoal de cada um deles. Isso é muito raro. É aí, exatamente,
que o mestre se faz legítimo artista da arte de ensinar. E mais: o faz com tal
perfeição que jamais perceberíamos o quanto somos burros frente a seus
conhecimentos. Esse é seu dom. Raríssimo.
Mas
ela é mais que isso. Junto com seu marido, um excelente “mecânico” de
computadores, traduzem efetivamente uma figura humana incomum na bondade de
ambos, cuidando muio mais de nosso ânimo do que simplesmente do aprendizado.
Em
mais de noventa dias perdi duas aulas. Meu entusiasmo é muito mais deles do que
meu próprio.
Parabéns
Dna. Lia e Sr. Orlando.
A
todos um abraço.
J.
R. M. Garcia.