SOFISMA FALACIOSO
Quem não sente variações no humor ?
Hoje
estou deprimido, amanhã ansioso, depois de amanhã alegre, ontem estava triste.
Obviamente variações
no humor não são tão rápidas, mas, exacerbando para exemplificar, é isso que
acontece ao longo de nossa vida.
Não
seria normal se uma pessoa permanecesse em um só estado de espírito por um
longo tempo.
Nós
reagimos ao que nos ocorre em volta.
Um
estado de constante temperamento íntimo caracteriza um estado patológico. Seja
este qual for.
Obviamente
fazemos o uso de nossa “persona” para não deixar que transpareça socialmente
estas situações anímicas. Estou triste e sorrio; fico chateado, mas me recolho
a alguma ironia; frusto-me, mas recorro a resignação; desesperanço, mas busco
forças na fé; estou com preguiça, mas removo-a por alguma motivação; nada
parece dar certo, contudo aguardo mudanças e ou mudo meus métodos. Mesmo o sentimento
de perca insuperável a pessoa normal avalia os fatos e consola-se.
Se
diferente for, desista e procure auxilio em algum recurso médico. Busque a
Química. A permanência de uma índole constante, seja ela qual for, é
patológica.
IMAGEM DE FELICIDADE
A tentativa permanente entre as pessoas, é que
pregue um sorriso no rosto, busque seu melhor ânimo e, de cara “feliz” e “animada”,
enfrente o mundo em um ânimo extremamente contundente.
Este padrão é uma deslavada mentira.
Posso,
por algumas horas, um dia, dois talvez, ou mesmo um mês, fazer valer esta “persona”,
mas ela vai causar-me estragos. Não somos atores a representarmos uma peça
constante pela vida toda. Isso é mentira. E quem a isso se obriga está mais é
louco. Se não sou o que sou, também não sou o que de mim julgam
permanentemente.
Livros
há de auto-ajuda, que pregam esta falácia de permanecer neste estados de representação
constante, são mentirosos.
Mentem.
Não sabem nada.
Antes
de qualquer coisa é preciso respeitar-nos. É preciso ouvir-nos. É preciso
resignarmo-nos ao que somos. É necessário aceitarmo-nos. É preciso
compreendermo-nos um pouco. É preciso renunciarmos ao que não podemos ter. É
preciso chorar, sorrir, sentir nossas tristezas e ver o quê nos convêm e,
assim, adaptarmo-nos “dawinianamente” ao que nos cerca. Impossível ao contrário,
ou seja, adaptar o meio a nós.
Partindo
desta ideia, iniciando por ela, é
possível viver neste mundo de alguma forma mais ou menos feliz.
J.
R. M. Garcia.