TAPA NA CARA
Quero contar-lhes o que aconteceu hoje comigo.
Sou obrigado a caminhar.
Antigamente
obedecia o método Cooper. E o pratiquei com regularidade quase espartana
durante alguns anos. Pouco importa se Cooper renunciou a parte seu método. Para
mim isso pouco significava.
Hoje é meu dever
diário caminhar procurando agilizar a marcha.
Dá-se que, devido
a má circulação nas pernas pelo uso do cachimbo, denota-se que, após mil metros,
dor terrível assoma-se à panturrilha de ambas pernas e, ao longo de todo
percurso, esta mesma dor acumula nas coxas. E, daí em diante, é um tormento. Somente
a vontade impera no final do trajeto.
Vinha lá eu assim
pela calçada, aguentando a dor interna já após os mil metros.
Pessoas ágeis
passavam por mim e lá iam fagueiras em seu destino.
E, comigo mesmo,
sempre lamentei minha fragilidade. Não chegava a praguejar. Não é de meu
feitio. Antes resigno-me.
MANDELA
Aliás, em documentário que assisti de Mandela, ele também tinha
estas mesmas dores e, de madrugada, já saia para caminhar. Um homem de fibra
incomensurável. A postura que tinha em público era ereta e sabe-se lá o esforço
que mantinha para tê-la. Longas, pesadas reuniões e ele o mesmo na sua postura,
sempre com um sorriso nos lábios. Hoje tem mais de 90 anos e mora na mesma casa
onde não viveu, já que teve 29 anos preso. Dizem Aliás, em documentário que assisti de Mandela, ele também tinha
estas mesmas dores e, de madrugada, já saia para caminhar. Um homem de fibra
incomensurável. A postura que tinha em público era ereta e sabe-se lá o esforço
que mantinha para tê-la. Longas, pesadas reuniões e ele o mesmo na sua postura,
sempre com um sorriso nos lábios. Hoje tem mais de 90 anos e mora na mesma casa
onde não viveu, já que teve 29 anos preso. Dizem que vive de aposentadoria.
Nunca foi “mensaleiro”, né ? -rs-
TRÂNSITO INTENSO
Mas, voltando ao assunto. Seguia meu caminho já quando, quase
ao final do trajeto, vejo um moço espadaúdo, forte, ombros largos e
aparentemente bem. Estava esperando o trânsito intenso do local para atravessar
uma rotatória. Sugeri-lhe que afastasse um pouco mais em uma rua oblíqua. Ele
parece não ter gostado. Fiz menção de adentrar ao tráfego sinalizando que ele
ia passar. Ao que ele adiantou-se e, quando o vi, já estava em meio aquele
turbilhão de carros atravessando.
Tinha, naquela
idade, uma única perna. Uma muleta o auxiliava.
Senti a força de “um
tapa na cara” que Deus dava-me pelas minhas dores insignificantes.
Tenham um ótimo
sábado, cheio de alegria, porque este é o melhor dia da semana.
Fiquem com Deus.
J. R. M. Garcia.