Prometi
a crônica complementar a de ontem, a de Título Iº, com idêntico nome.
Objetivamente, como convêm a um Blog,
nesta procurarei demonstrar os maciços desenvolvimentos técnicos a que a
Sociedade está sendo bombardeada no curto espaço de duas décadas e os efeitos
que sobre ela incidem.
Começaremos
na antiga Grécia, berço da civilização ocidental. Edificada institucionalmente
sob a união de cidades estados, esta grande civilização evoluiu por séculos até
que, unida sob a égide de Felipe, passou a Alexandre, o qual dominou todo
o mundo conhecido até que, rapidamente, desfez-se
por sua morte prematura e abrupta. O mundo ocidental, então, foi divido entre
seus generais em várias nações.
Já imaginaram os senhores a confusão
social que gerou neste desmembramento inesperado do império grego, entre vários
países independentes ?
Os cronistas da época, dão-nos conta de
que povos unidos à força dos exércitos de Alexandre, sendo agora desmembrados
também à força de seus generais, desorientavam-se em uma confusão não só
social, como legal e religiosa, de costumes e hábitos em uma perca de
identidade que ultrapassou os limites do imaginável. Dirigentes governamentais
tornaram-se escravos e estes dirigentes. Por mais de cem anos, diluída sobre
esta confusão, vagou a Grécia sem rumo e incerta.
À
sombra da Grécia desorientada, mas rica em filosofia e saber, surge Roma,
destinada a ser o maior Império que mundo conhecera até então. Unifica o globo sob
suas leis, sua língua e religião. Seus exércitos vão até os confins conhecidos
do mundo. Gere, com suas leis, os quatro cantos da terra e se outros tivessem,
ela também os dominaria. Passasse-se dois milênios e Roma cai por si,
desfazendo-se sem ter quem se lhe opusesse. Começa a Idade Média, a chamada
época das trevas, com a Igreja soberana a ditar as regras. Depois a Renascença,
com muitas guerras entre as monarquias esparramadas na Europa e resulta ao
final na Primeira e Segunda Guerras mundiais.
Em largas passadas e “quick photos” é esta a História das civilizações
ocidentais.
Tudo parou aí ?
Não.
Claro que
não.
Veio a chamada “Guerra Fria”, onde cada um dos países ocidentais buscam
desesperadamente ultrapassar ao outro em tecnologia e pesquisas para uma
eventual guerra de domínio absoluta. Isso não conseguem, mas jogam no mundo, em
menos de três décadas, os efeitos de suas produções bélicas traduzidas em “...uma quantidade imensa de
bens manufaturados foram lançados ao mundo. Aviões supersônicos,
foguetes interplanetários, Internet, telefonia celular, controle remoto de
aviões, satélites artificiais, GPS, televisões intercontinentais, fogões
micro-ondas, freezer em todos tamanhos, automóveis semi-controláveis, máquinas
de lavar, de passar, ligas metálicas de toda ordem, maquinas inteligentes e
imensas, enormes navios quase auto-dirigíveis, o automatismo apoderou-se do
mundo, incomensuráveis investimentos feitos em estradas, pontes, vias férreas,
insumos e defensivos agrícolas para a agricultura, técnicas médicas atingiram o
inimaginável e, enfim, o mundo transformou-se em vinte anos.”
Qual o efeito desta massa inigualável de bens na
Sociedade como um todo, em um prazo tão exíguo ?
1º)consumo
desenfreado; 2º)inexplicavelmente a carência pela ausência de bens; 3º)frustrações
enormes; 4º) dependência do antes desnecessário para o agora necessário; 5º)
incompreensão das “mágicas fáceis” que a Ciência produz; 6º) senso de poder
ilimitado no ser humano; 7º) a necessidade de assimilar rapidamente as novas
maneiras de operar as mágicas da Ciência; 8º) desabilitaçao dos antes
habilitados ao trabalho usual; 9º) completa incompreensão dos costumes sociais;
10º)confusão dos valores que antes geriam a vida social; 11º)dependência
ilimitada dos meios energéticos tradicionais da terra; 12º) facilidades enormes
dos créditos; 13º)legislação arcaica e senil; 14º)necessidade de novas
doutrinas enfeixando a compreensão deste novo mundo; 15º)religiões superadas; 16º)novas
e imediatas instituições universais capazes de gerir não somente o poder como
todas as instituições financeiras; 17º)leis enérgicas regulamentando o consumo;
18º)controle de natalidade real com penalidades; 18º) volta ao civismo; 19º)
compreensão de que os consumo do planeta é limitado; 20º) conservação do
planeta sob leis universais inflexíveis; 21º) extermínio radical das drogas com
penalidades letais.
E,
afinal, um avanço filosófico doutrinário, colocando-se a pensar sobre este mundo
de agora e o outo que ficou há três
décadas.
Por
fim a consciência universal de que este mundo é sistêmico e, acima de tudo,
agora, instantâneo.
Afora
isso, mergulharemos em um período de grandes dificuldades com grandes
sofrimentos para a Humanidade em geral.
Tenham
um ótimo fim de semana e quero acreditar que, de alguma validade, estas duas
crônicas sejam.
J. R.
M. Garcia.