quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

ABOMINO EGOISMO


           Muito antes de Paracelso ( médico, alquimista, físico) proferir aulas de medicina em praça pública para que todos assistissem, já na antiga Grécia, filósofos como Platão, Sócrates, Diógenes e muitos outros faziam suas pregações em mercados, praças, logradouros públicos etc.
       Dizem alguns que somente uma suposta elite intelectual possa absorver a ideia destas pregações.
       Porém os gregos antigos e alguns outros na modernidade, não concordam com esta ideia preconceituosa. Em muitos períodos a cultura esteve presa em mosteiros, em treliças de reservados, mas não em outras ocasiões.

FILAS - FILAS - FILAS

            Obviamente que o cidadão comum, o qual realmente trabalha e depende de seu labor para sobreviver ou subviver, não pode dar-se ao luxo de intelectualizar-se. Tem que ganhar o pão de cada dia. Isso o impede de pensar, de estudar, de raciocinar em fatos aleatórios distante de seu labor e sequer cuidar da saúde. Exceções existem, mas estas são em percentual muito pequeno e realmente heroicas. O que paga aluguel, depende de condução sofre, e um de seus sofrimentos é, exatamente, a falta de intelectualização.
       Contudo, daí a dizer que o melhor é não divulgar as ideias sofisticadas, é de um egoísmo monumental. Seria de um elitismo bárbaro, cruel e burro. Um retorno estúpido ao xamanismo oculto entre tribos primevas, onde a cultura era proibida ao indivíduo comum. Eu já vi praças cheias com pessoas ouvindo música clássica. E vi pessoas atentas, admirando esculturas incompreensíveis. Disseminar a cultura por todos os meios é um dever cívico de mínima cidadania. 

JUNG

    Outro dia disseram-me que Jung falou isso em um de seus livros, afirmando que suas ideias somente destinavam-se a um elite intelectual. Sei que era casado com uma mulher riquíssima, que independia do trabalho usual para viver e que sua clientela era, também, pessoas ricas e inteligentes. Contudo, se ele disse semelhante besteira, minha admiração pela pessoa dele, nas limitações de sua torre de cristal, para mim demonstra uma profunda ignorância sobre o ser humano e um egoísmo enorme em sua sensibilidade pelo próximo. Aceito alguns de seus pensamentos, mas este enoja-me.
       Um abraço aos amigos, “junguianos” ou não.
       J. R. M. Garcia.