quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

BOTEQUEIROS

O NOME EXPLICITA

É de se notar (não em uma roda de samba), mas daqueles que se reúnem em um boteco ou em uma cervejaria, obviamente para beber uma ou duas cervejinhas. Nenhum deles vai ali para beber muitas, mas bebem tanto quanto todos. Cada um, lá no seu íntimo, assemelham-se a peixinhos em um aquário, pegando migalhas de rodadas de bebidas. E aí passam horas papeando em voz alta.  
        Mas, conversando o quê ?
        Na verdade estes assuntos não tem fim, somente começo.
São ideias sem rumo que mudam minuto a minuto. Os casos vão surgindo, passando de boca a boca. Todos falam ao mesmo tempo. Outros discutem particularmente um caso qualquer que esquecem pelo caminho, recomeçando em outro.
PAPO  DE  BOTECO
           E as horas vão passando.
        E as bebidas chegando.
        E o nexo do papo acabando.
   He! Parece, uma manifestação burra do inconsciente, como se um caleidoscópio estivesse hospedado no cérebro de cada um. Uma zoeira em balburdia. Se cérebro tivesse descarga está é a hora de puxar. 
      Alguns, mais emocionados chegam a fazer discursos.  Outros dão gargalhadas sem sentido. Uns poucos choram. Outros ficam bravos.        
       Quem de fora vê uma turma assim, só pode ter uma reação: sair correndo. Desaparecer daquela chusma em estranha celeuma que, parecendo homens, são menos que crianças barulhentas em desordem, sem destino, sem posturas, em uma suposta recreação alucinada.  
       Mas, as características mais evidente desta confraria, é que ninguém vai lá para beber mais que duas ou três e bebem, ao final, todas.
        Na verdade é um psicoterapia de grupo de bêbados, sem qualquer ordenamento.  
        O pior, o mais triste, é que alguns levam suas esposas e crianças para essa zorra. Quando elas gostam de beber ainda aguentam, mas e as que não gostam ?
BÊBADOS
É horrível estes ambientes desordenados, onde ninguém entende ninguém, sem destino nas ideias, rolando ao sabor de uma cerveja de má qualidade. Possuem um comportamento triste, onde sua solidão desesperada aparece, ou tenta esconder, em um vazio idiota em fuga de si mesmo. Não convivem, escapam de si.
 Nunca consegui entender estas rodas que se formam geralmente no sábado, embora delas eu tenha participado quando mais moço, mas acho que se trata de instintos desordenados, fugindo ao isolamento pessoal. Se não aparecem em uma semana, voltarão no próximo mês.
 Lá, entre eles, resolvem todos os problemas do mundo.  
 Talvez esteja errado, pois são milhares os botecos neste pais e cada dia em maior número. Sou uma desapontadora exceção à regra.
 Paciência !
 Uma ótima quinta feira amigos.
 E lembrem-se, hoje já é quinta feira, o sábado está perto.
    Abraços.
    J.R.M.Garcia