O NOME EXPLICITA
É de se
notar (não em uma roda de samba), mas daqueles que se reúnem em um boteco ou em
uma cervejaria, obviamente para beber uma ou duas cervejinhas. Nenhum deles vai
ali para beber muitas, mas bebem tanto quanto todos. Cada um, lá no seu íntimo, assemelham-se a peixinhos em um aquário, pegando migalhas de rodadas de bebidas.
E aí passam horas papeando em voz alta.
Mas, conversando o quê ?
Na verdade estes assuntos não tem fim, somente começo.
São ideias
sem rumo que mudam minuto a minuto. Os casos vão surgindo, passando de boca a
boca. Todos falam ao mesmo tempo. Outros discutem particularmente um caso
qualquer que esquecem pelo caminho, recomeçando em outro.
PAPO DE BOTECO
E as horas vão passando.
E as bebidas chegando.
E o nexo do papo acabando.
He! Parece, uma manifestação burra do inconsciente, como se
um caleidoscópio estivesse hospedado no cérebro de cada um. Uma zoeira em
balburdia. Se cérebro tivesse descarga está é a hora de puxar.
Alguns, mais emocionados chegam a fazer discursos. Outros dão gargalhadas sem sentido. Uns
poucos choram. Outros ficam bravos.
Quem
de fora vê uma turma assim, só pode ter uma reação: sair correndo. Desaparecer
daquela chusma em estranha celeuma que, parecendo homens, são menos que
crianças barulhentas em desordem, sem destino, sem posturas, em uma suposta
recreação alucinada.
Mas, as características mais evidente desta confraria, é que
ninguém vai lá para beber mais que duas ou três e bebem, ao final, todas.
Na verdade é um psicoterapia de grupo de bêbados, sem qualquer
ordenamento.
O pior, o mais triste, é que alguns levam suas esposas e
crianças para essa zorra. Quando elas gostam de beber ainda aguentam, mas e as
que não gostam ?
BÊBADOS
É horrível estes ambientes
desordenados, onde ninguém entende ninguém, sem destino nas ideias, rolando ao
sabor de uma cerveja de má qualidade. Possuem um comportamento triste, onde sua
solidão desesperada aparece, ou tenta esconder, em um vazio idiota em fuga de
si mesmo. Não convivem, escapam de si.
Nunca consegui entender estas rodas que se formam geralmente
no sábado, embora delas eu tenha participado quando mais moço, mas acho que se
trata de instintos desordenados, fugindo ao isolamento pessoal. Se não aparecem
em uma semana, voltarão no próximo mês.
Lá, entre eles, resolvem todos os problemas do mundo.
Talvez esteja errado, pois são milhares os botecos neste pais
e cada dia em maior número. Sou uma desapontadora exceção à regra.
Uma ótima quinta feira amigos.
E lembrem-se, hoje já é quinta feira, o sábado está perto.
Abraços.
J.R.M.Garcia