PESSOA FELIZ
Escreveram-me
mais de uma dezena de e-mails, para que eu explicitasse melhor a crônica de
ontem, com o nome de “SÓ UMA SUGESTÃO”. Ali pedi que fossemos mais educados conosco
mesmo, que tratassemo-nos com mais carinho, que fossemos gentis para conosco
mesmo. E que, se assim fizéssemos, teríamos como resultado um melhor humor para
com o mundo.
Por quê
eu assim recomendei ?
Porquê
acredito que somos bastante ruins conosco. Escravisamos-nos em troca de tolices
que nos causam grandes males. Fazemo-nos objetos de nossos ideais. Buscamos,
por imitação, metas de sucessos pessoais que muitas vezes não nos são possíveis,
esquecendo do viável que temos ao redor. E, pior: muitas vezes forçamos nossos
semelhantes a proceder segundo nossa vontade, fazendo-os rebelar-se contra nós
em um rancor incontido e sem retorno.
Cada um
de nós temos nossas apetências, nossos limites, nossas perspectivas e
possibilidades. Não só orgânicas mas espirituais. Já compreender isso e
respeitar estes limites, é uma grande coisa.
QUANTAS OPORTUNIDADES EXISTEM ?
Conta-se
(não sei se é lenda) que aquele que inventou o cigarro de papel, nada tendo
mais para fazer, pois era analfabeto e preguiçoso, começou a enrolar cigarros e
a vendê-los na rua. Daí a imensa industria que afinal criou.
E assim
é.
Olhemos
a nossa volta. Oportunidades existem. Mas não possibilidades as quais não nos
adequemos a elas. Elas (as oportunidades) sim, terão de fato de adequar-se a
nós. Uma vez descobertas, sigamos com calma, paciência e modos estas
conveniências, por menos significativas que sejam. Mas as sigamos com amor, com
humildade e afeto.
PEQUENOS GESTOS
E, de
mais a mais, não nos privemos de pequenos gestos seja para conosco e ou para
nosso semelhante. Já contrariamo-nos tanto, que não custa darmo-nos algum
presentezinho de pouco custo. Uma rosa que compremos, uma plantazinha que
plantemos em pequeno vazo, um lenço para o pescoço, um canivete de boa
qualidade, uma cortinazinha para uma janela, um pequeno e modesto forrozinho de
mesa.
Por quê
“grandes” metas ? Estas pequenas coisinhas são as metas que nos dão alegria e
não nos deixam frustrados desafiando-nos na busca do que, na verdade, enfim,
pouco sentido tem.
Desta forma poderemos
respeitarmo-nos, dar-nos pequenas alegrias, criar-nos sentido à vida e, ao
final, um pouco de felicidade pessoal para tolerarmos o muito que nos magoa e
não conseguimos livrar-nos.
Pensem
nisso, amigos.
Uma
ótima quinta feira.
J. R. M.
Garcia.