segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

= EXISTE FELICIDADE ? =

IMAGEM DA FELICIDADE

Comecemos do princípio.
Felicidade o quê é ?
É difícil definir, rigorosamente, a felicidade e sua medida.
Investigadores em psicologia desenvolveram diferentes métodos e instrumentos, a exemplo do Questionário da Felicidade de Oxford,  para medir o nível de felicidade de um indivíduo.
Mas, de uma maneira geral, bem aquém e além destas definições cientificas, filosoficamente sirvo-me, ainda, das sumulas da Grécia antiga.
“A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo.”
Mas, dito assim, como fazer permanecer este “estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico” ?

MÁGICO
Esta é a mágica.
Concordam ?
Que mágica seria essa ?
Tenho para comigo e muitos poderiam discordar, que a média de permanência neste estado de felicidade segundo o ideal grego, está na medida exata da resignação e da renúncia.
Mas, quando aqui falo da resignação e da renúncia, falo de forma absoluta sem relativismos.
A renúncia e a resignação há que ser ativa, transcendente, capaz de consumir todos sentimentos menores como a inveja, a cobiça do alheio, a propugnação de luta, a busca da fortuna, de cargos, o apascentar mesmo do espírito em busca de um novo renascer no fundo de nosso espírito.
Exemplificando. 
ALEXANDRE E DIÓGENES CONVERSANDO

Quando Alexandre Magno voltou de uma de suas inumeráveis conquistas, não vendo entre os sábios que o louvavam a pessoa do Filósofo Diógenes, foi, no dia seguinte, visitá-lo. Diógenes morava nos arredores da cidade em uma barrica, inteiramente despojado, à moda de um mendigo. Mas Alexandre, que teve como preceptor o então outro famoso filósofo, Aristótales, que o conhecia,  foi visitá-lo.
Transcorre o imortal curto diálogo.
--Ontem retornei de mais uma de minhas enumeráveis conquistas. Entre todos os dignatários e expressivas figuras de Atenas, não vi você, Diógenes. Imaginei-o doente, talvez, e venho indagar o que posso fazer por você ?
Diógenes, deitado como estava, aos pés das patas do cavalo ajaezado de lindas roupagens e reluzentes metais de campanha, ergue a cabeça, olha Alexandre que desmontare-se, com sua guarda pretoriana a rodeá-lo. Olha o mar e, em seguida, com seu natural cinismo responde:
--Gostaria, jovem e impávido guerreiro, que afastasse um pouco seu cavalo, pois está a sombrear-me do sol que tanto amo nestas manhãs invernais.
Todos calaram. Alexandre, ao que consta, ficou rubro de cólera. Todos tencionaram-se em um desfecho cruel para os destinos do pobre Diógenes. Seria a morte instantânea. Após alguns minutos de profundo silêncio, responde com uma gargalhada, Alexandre:
--Se eu não fosse Alexandre, eu gostaria de ser Diógenes. 
ALEXANDRE MAGNO
E ainda sorrindo, disse entre dentes, baixinho: “Que linda lição este velho rabugento deu-me.”
Esporeando o cavalo disparou rumo a sua fortaleza.
Para a História ficou o diálogo eterno. 
É desta renúncia resignada, que aqui a lenda e a verdade se encontram, onde reside a esperança da felicidade permanente.  
Resignação com renúncia, é o estado de felicidade que em Diógenes existia e Alexandre, o Grande, compreendeu.
Tenham uma ótima terça feira amigas(os)
J. R. M. Garcia