SONHOS
Para ler
sentindo.
Muita
pretensão a minha, não ?
Mas o
quê desejo pedir, é que me acompanhem no raciocínio. Se assim não for,
perderemos um do outro.
Nem sei
se todos vocês sentem-se assim, às vezes.
Interessante
!
Hoje,
sem razão de ser, fiquei recordando um dia que passei todo ele esperando uma
pessoa no Shopping Higienópolis, sem fazer nada. Fiquei umas cinco horas lá
dentro, enquanto a chuva caí lá fora. Andava pelas lojas, zoava pelos
corredores, beliscava petiscos, sentava nos bancos de bares, descia os
elevadores, subia outra vez, ia e voltava sem nada fazer. Apenas esperando
descompromissadamente. Entrava nas lojas para ver suas vitrines, olhava as
prateleiras da Saraiva. Não tinha que comprar nada. Somente esperava.
PASSEANDO SEM RUMO
E, de
repente, não mais que de repente mesmo, aquela inatividade que, naquele dia
causou-me grande aborrecimento momentâneo, hoje, agora, senti uma saudade muito
grande de assim estar por lá.
Pensei e
intimamente indaguei-me de outras muitas ocasiões no passado onde, sem razão
alguma, o que me causava monotonia e ansiedade no instante e que ocorriam,
hoje, agora, bate-me forte saudade.
Será que
isso acontece a todo mundo ?
Esperar
com extrema ansiedade avião em aeroporto, viagens longas de ônibus, voos
compridos que parecem nunca chegarem, andar de metrô sem rumo certo, vagar em
praças, ver a chuva cair em dia que não se tem o que fazer.
SAUDADE
saudade
Que
saudade !
Não sei
como explicar. São tarefas que causam em mim e na maioria das pessoas angustia
e desassossego. E, aqui, neste momento, vejo que estas horas ficaram comigo
meio que para sempre como um repouso lúdico de meu espírito, em algum lugar de
meu coração. Onde, não sei.
De
fazenda não tenho saudade. Pelo menos agora. Mas de ir para alguma delas
levantando de madrugadinha, na estrada carregada de espessa bruma matutina, o
ronco firme do motor diesel da caminhonete, o friozinho no levantar do sol,
isso assalta-me, às vezes, como saudade imorredoura.
Saudade
de saudades que não deveria ter. Um equívoco do espírito que deambula bobamente
por recantos de minha alma, como a visitar quartos antigos de uma casa onde se
habitou e que, agora, sei que nunca mais voltará.
Muito
estranho e capcioso sentir estes instantes.
Mas
queria compartilhá-lo com vocês e teria de ser neste momento.
O sonho
nos dá aquilo que a realidade nos nega.
Tenham
um ótimo sábado a cada um de vocês com seus familiares.
J. R. M.
Garcia.