OCASO
Amigos.
Tenho pensado muito no
que vocês me disseram ontem à noite.
Meus dias atuais são
imortais. São como os dias novos que nunca me aconteceram com esta fragrância
tão despreocupada e tão solta. A falta de compromissos ofusca-me, afoga-me.
O raio de sol que me entra por esta janela é como a ilusão opaca da
noite, onde a lua transforma em sonhos acordados todas minhas horas inúteis.
Não questiono valores com
frequência. Não sonho o futuro. Esqueço o passado muitas vezes e, se o penso, é
apenas como pálidas lembranças. Bem-vindo sejam ao meu palácio.
O vital não existe. O
próprio é passageiro. As estrelas espiam-me pela madrugada adentro.
Transformo-me em
humildade, acomodação, simplicidade, quereres que nunca realizar-se-ão. Sombras
? Não. Realidades pulsantes de um tempo que foi efêmero enquanto passou, mas
agora longo demais pelo que houve. Foi a busca de confrontar o quanto de
verdade pode-se um homem suportar. Um empirismo cômico, mas próprio dos que os
que querem muito desejando pouco.
UM SONHO NO OCASO
Percebem?
Deixo-me ficar. Se algo
acontecer, que me aconteça. Se nada acontecer, que nada ocorra.
Sou um animal a caminho
da morte como qualquer outro. Por isso a afinidade que, comigo, os animais
percebem. Ora, pois! O funeral do tempo acontece a cada instante. Ser homem é
uma desvantagem. Somente os irracionais possuem a eternidade.
Procuro incomodar o
quanto menos mais. Mas, se assim não for, que de outra forma seja.
Nada peço mais a Deus
senão que felicidade exista para vocês com muito carinho.
Que assim seja.
Ótimo fim de semana a
todos vocês que me leem.
Abraços.
J. R. M. Garcia.