sexta-feira, 23 de agosto de 2013

=ESTE CARA SOU EU=



Quem sou?
Um velho casmurro, ranzinza?
Incerto de hábitos, não muito sábio, de olhar distante?
Que come de qualquer jeito, perde um par de meia e as vezes até um sapato?
Com banho e refeição, tendo o dia inteiro para se ocupar e ocupa muito mal?
Quem sou?
Vou lhe contar quem eu sou e como continuo aqui.
Eu sou uma pequena criança de dez anos com um pai e uma mãe.
Um rapaz de dezesseis com asas nos pés.
Sonhando que breve uma amante ele vai encontrar.
Um noivo, logo aos vinte e tantos meu coração dá um salto.
Lembrando os votos que eu prometi manter.
Aos vinte e cinco, agora tenho minha própria juventude.
Um homem de trinta minha juventude agora cresceu rápido.
 Olho para o futuro e tremo de pavor.
Agora meus jovens filhos estão todos criados, até da sua própria juventude.
Laços desfeitos, sem remorsos mas triste, continuei a vida só.
Eu sou agora um velho homem e a natureza é cruel.
O corpo, ele se desintegra e graça e vigor partem.
Existe agora uma pedra onde uma vez eu tive um coração.
Acho que os anos, muito poucos, foram embora muito rápido.
Agora é aceitar o fato gritante de que nada pode durar.
Então abram seus olhos, pessoas. Abram e vejam.
Não um homem casmurro.
Olhe mais perto e veja...
A MIM!
J. R. M. Garcia.


Poema anônimo, deixado em um hospital
de  Melbourne, Austrália.
 Sintetizado e adaptado por mim.