Lewandowski & Joaquim Barbosa
Quinta-feira,
15/8/2013, o Supremo Tribunal Federal, encerrou sua última sessão em franca
discórdia entre o Presidente do Tribunal e um dos membros deste. Joaquim Barbosa deu resposta extremamente ácida ao
ex-advogado de José Dirceu, Ricardo Lewandowski, ora membro
deste tribunal. Alcunhou o ex-advogado de “chicaneiro”.
A sessão era televisa,
pública, transmitida nacionalmente.
Criou um enorme mal estar.
“Chicana”, brocardo de uso comum em
linguagem foreira, tem o sentido de “processo artificioso, ardil,
sofisma, trama, requerimentos meramente protelatórios de processos”
Foi indelicado?
Foi.
Ofendeu-o?
Ofendeu sim.
Há muito tempo, quando era ainda um jovem
advogado, um Juiz muito austero, probo, bem mais velho, presidindo um vultoso
inventário, do qual era eu o patrono, chamou-me indelicadamente em seu gabinete
e, com palavras firmes, olhando-me olhos nos olhos, disse-me: “Senhor advogado.
Se Vossa Excelência permanecer com os inúteis e protelatórios requerimentos,
visando a tardar minhas decisões nos autos, eu arrumarei meios de prender seu
cliente.” Ora, esta advertência era absurda. Chocante. Nunca, de um Juiz, uma
ameaça assim era concebível. Irritei-me até onde podia irritar-me. Mas a ameaça
fora ouvida somente por mim. Ele mais nada disse.
Passada a justa ira, fiquei sinceramente
grato a este Juiz, vindo, posteriormente, a ser seu íntimo amigo após sua aposentadoria.
O ex-advogado de José Dirceu, um dos
condenados pelo STF entre os “mensaleiros”, talvez não tenha recebido lições
tão magistrais e francas, como as que tive no início de minha profissão.
Tenham, todos, um ótimo e merecido fim de
semana.
Abraços
J. R. M. Garcia.