PARA PENSAR
É difícil conceber o sentido desta frase.
À primeira vista ela é extremamente contraditória. Sugere mesmo
um paradigma verso reverso, como sói acontecer nas declarações sobre Economia,
do Ministro Mantega. “Se nada deu certo, eu continuo a fazer e falar exatamente o
mesmo.”
Carlos Drummond de Andrade não era burro. Por que lavra assim
este texto atemporal?
Estranho.
Em nosso imaginário pátrio (será que posso dizer assim?) há uma
figura folclórica que sugere qualquer coisa contraditória e absurda, o
curupira. “Um dos mais populares e
espantosos entes fantásticos das matas brasileiras. O curupira é representado
por um anão, cabeleira rubra, pés ao inverso, calcanhares para a frente.” Para maior espanto "Curupira" e
"currupira" procedem do tupi kuru'pir,
que significa "o coberto de pústulas", ou seja,
coberto de chagas abertas e purulentas.
Um triste ser abjeto.
MINISTRO MANTEGA
Esta
figura mítica, comum ao ideário de nossos silvícolas no período de colonização,
é tão bizarra que custa-nos imaginar. Leva-nos a mente algo horrível de pensar,
de onde fugimos correndo.
Será
que nosso poeta, pensador e gigantesco cronista pátrio, consciente ou
inconscientemente, conseguiu ler-nos na alma o que não ousamos compreender e
sequer vislumbrar?
Esta
seria a tara na saga de nosso Destino?
Acredito
que não.
Até
mais amigas(os).
J.R.M.Garcia.