E o circo chegou.
E chegou à noite.
Muita alegria. Risos e aquela azáfama
de quem mergulha em uma nova aventura.
Gente entrando, saindo, retirando
malas dos carros, caminhonetes, trailers. O elevador subindo e descendo para os
apartamentos.
E todos parecem que tinham o quê
dizer. Inglês, espanhol, italiano cruzavam todos em um idioma não comum, mas,
afinal, comum também. De algum modo se entendiam.
E.....
Como?
Queriam comemorar o aniversário de
alguém à aquela hora, ainda nem bem instalado estavam.
Jovens, todos.
Queriam ascender velinhas para uma
mocinha da Mongólia. Ia fazer 21 anos naquela noite. E, na estrada, não puderam
comemorar. Era uma contorcionista.
E sorriam sem motivo. Todos de corpos
rígidos, novos, cada um de um país.
Era uma espécie de “aldeamento” em
trânsito. Mais ou menos sessenta pessoas alegres, saudáveis.
Quando olhei e vi surpreso, alguns
deles entraram na piscina à meia noite.
Onde arrumaram eu não sei. Mas
surgiu, às pressas, um bolo enorme e mal feito, vindo não sei de onde às
margens da queda d’água.
Em todas as línguas cantaram o
“parabéns” para a jovensita mongol, certamente descendente daqueles guerreiros
heróicos do tempo de Gengis Khan.
Alegria. Alegria. Alegria.
É desta fé, esperança, alegria
injustificada, infundada e simples, pura e clara que é feita a alma do circo em
suas andanças infantis, cujos destinos são lhes ditados pela platéia que lhes
dão um pouco de amor.
Tenham ótimo fim de semana.
Um abraço em cada um de vocês.
J. R. M. Garcia.