sexta-feira, 29 de novembro de 2013

= DE NOITE SURGIRAM =


E o circo chegou.
E chegou à noite. 
Muita alegria. Risos e aquela azáfama de quem mergulha em uma nova aventura.
Gente entrando, saindo, retirando malas dos carros, caminhonetes, trailers. O elevador subindo e descendo para os apartamentos.
E todos parecem que tinham o quê dizer. Inglês, espanhol, italiano cruzavam todos em um idioma não comum, mas, afinal, comum também. De algum modo se entendiam.
E.....
Como?
Queriam comemorar o aniversário de alguém à aquela hora, ainda nem bem instalado estavam.
Jovens, todos.
Queriam ascender velinhas para uma mocinha da Mongólia. Ia fazer 21 anos naquela noite. E, na estrada, não puderam comemorar. Era uma contorcionista.
E sorriam sem motivo. Todos de corpos rígidos, novos, cada um de um país.
Era uma espécie de “aldeamento” em trânsito. Mais ou menos sessenta pessoas alegres, saudáveis.
Quando olhei e vi surpreso, alguns deles entraram na piscina à meia noite.
Onde arrumaram eu não sei. Mas surgiu, às pressas, um bolo enorme e mal feito, vindo não sei de onde às margens da queda d’água.
Em todas as línguas cantaram o “parabéns” para a jovensita mongol, certamente descendente daqueles guerreiros heróicos do tempo de Gengis Khan.
Alegria. Alegria. Alegria.
É desta fé, esperança, alegria injustificada, infundada e simples, pura e clara que é feita a alma do circo em suas andanças infantis, cujos destinos são lhes ditados pela platéia que lhes dão um pouco de amor.   
Tenham ótimo fim de semana.
Um abraço em cada um de vocês.
J. R. M. Garcia.