Sim.
Essa é a intenção da administração
pública.
Cercar o vão livre do MASP com
grades, evitando assim que ali permaneçam os usuários de craque. Enxotá-los
para as sarjetas. Ali não ver-se-ia os corpos caídos, jogados como lixo de
nossos jovens irmãos da nacionalidade fracassada.
O que se deve é esconder a nojenta
escória do subproduto de nossa civilização.
Ótima idéia esta, alardeada pela
mídia e poderes públicos.
Sobre o vão teríamos as obras máximas
do esforço de Pietro Maria Bardi e sua esposa Lina Bo Bardi, em anos
e anos de suas vidas dedicadas ao grau máximo do acervo magnífico das artes ali
expostas.
A idéia é ótima.
Talvez até deveríamos fazer mais.
Cercarmos a desgraça deste vício que fulmina nossa juventude, deixando-os lá caídos
em permanente exposição até que a funerária viesse transportá-los.
Lindo isso, não?
A miséria exposta à visão desnuda de
sociedade. Todos que vissem esta trágica história, viraria o rosto.
Seria maravilhoso esse chocante
contraste.
Tenho certeza que Bardi, franco e
realista como era, adoraria este arroste.
Mas e a solução?
Ora, meus amigos, isso é apenas um
insignificante detalhe neste país...
Obrigado pela atenção.
J. R. M. Garcia.
Endereço do blogueiro: <martinsegarcia@uol.com.br>