FELIZ NATAL
“Faz um tempão que
aconteceu isso.”
Queria começar
o texto com esta frase. E contar um fato inspirador ou hilário.
Pensei, pensei, imaginei e, até o momento, não consigo recordar
uma lenda, um fato, uma idéia que pudesse relatar aqui.
Vejo-me
bloqueado sem “blogar”. Isso, às vezes, acontece.
Não me encontro
nos melhores dias. Nada para sonhar.
Mas não posso
vir aqui e despejar meu estado de espírito sobre o grato, paciente e querido
leitor.
Porém posso ser
franco e confessar minha incapacidade. É o que faço.
Uma noite eu
estava na casa de minha mãe. Sempre dormi tarde. Por gosto e hábito não sou
madrugador. Lá meus sobrinhos passavam, tardiamente, em noites de feriados e
jogavam “um dedinho de prosa fora”. Por isso apelidaram-me “o homem da porta”:
aquele que esperava que lá passassem “na porta” pela madrugada.
Os sobrinhos,
um a um, foram chegando à noite. Vinham das ceias na noite de Natal. E íamos
“batendo papo”. Até que todos chegaram. Já era mais ou menos cinco horas da
manhã.
Alguém
perguntou: “Vamos assistir à missa?”
Lá fomos todos.
Namoradas, namorados, quatro sobrinhos. A pé, todos. Eram umas cinco quadras. Só descer a rua.
A missa
começou. Minha sobrinha foi ao coro e começou a tocar músicas natalinas.
Na luz da
aurora os vitrais por si “falaram”. Em múltiplas cores, os raios do sol em luz
multicolorida iluminavam o banco onde todos estavam sentados, ajoelhados. A
música e a luz davam-nos um brilho especial e único. Éramos todos somente fé, esperança, inocência
e amor.
Foi a última
vez que os vi todos juntos.
“Faz um tempão
que isso aconteceu.”
De coração
abraço você querido leitor. Um beijo na fronte de cada um. Vocês me
acompanharam com carinho, discordando às vezes e outras de bom grado, todo este
ano.
Tenham um
excelente, um feliz Natal com muito amor.
Deus os
abençoe.
J. R. M.
Garcia.