É extremamente difícil mensurar o prodígio do
cristianismo.
Em algum lugar uma pessoa pobre, humilde, simples,
mas de um enorme poder moral, nominou-se Deus. Destruíram-no. Mas, de algum
modo que não sabemos explicar, este ser “retorna” e Roma inteira junta-se a sua
volta, e vai pelo mundo pregando sua palavra, até que o Império todo, tendo
sido convertido é, afinal, destruído também. Um paradoxo evidentemente.
Muitos houveram antes e depois de Jesus, que
disseram-se filhos de Deus, enviados de Deus, parentes de Deus, filhos de Deus,
amigos de Deus e vai por aí.
Mas somente Jesus afirma que ele mesmo é o próprio
Deus.
Nem a Igreja Católica, com suas imensas falhas
humanas, conseguiu comprometer o nome de Jesus. E, aliás, é exatamente destas
falhas que, talvez, aperfeiçoou-se como humana, falível e por isso mesmo
torna-se, sem o saber, darwiniana, adaptando-se aos muitos séculos que a
precederam.
Fico em dúvida comigo mesmo, se a nominação de “Era
Cristã”, errada antropologicamente é, de fato, verdadeiramente correta à luz da
História.
É exatamente a partir do nascimento de Jesus, seja
lá em que data e ano for, que o mundo idealiza um novo pensamento sobre a
concepção de um Deus único, deslocado e distante do ser humano e a um só tempo
a ele ligado por vínculo de nascimento.
Na verdade o mistério de um Nazareno, que por tão
pouco tempo tramitou pela Galiléia, é indevassável.
Um mistério e um milagre a existência do próprio
cristianismo.
Tenham ótimo e merecido fim de semana.
Abraços.
J. R. M. Garcia.