quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

= 2.014 SEM NOVIDADES =



      A herança cultural de um povo não é fato que se muda de um dia para outro e, tão pouco, tarefa que possa ser realizada por um líder eventual de plantão, ou uma eleição circunstancial. Creiam-me. Não é assim.
      Para susto geral de todos brasileiros, as praças e ruas deste país encheram de gente o ano passado em marchas de protesto. Por outro lado, Joaquim Barbosa no STF, balançou as bases do judiciário fazendo cumprir a constituição, levando para o complexo penitenciário da Papuda, políticos de renome nacional a cumprir sentença de re-educação. E o voto aberto deu surgimento no plenário de ambas casas, na cassação dos deputados pelos seus pares. Em seguida denuncias espocaram contra políticos em todo país.
      Tudo isso foi um enorme avanço no sentido da evolução democrática. Em ciências jurídicas fala-se mesmo em uma cadeira jurídica própria ao assunto: O Direito de Transição.  
      Mas - será que sempre existe um “mas”? -
“Mas”, a evolução cultural não se dá aos saltos. É lenta. Aos pulos somente se consegue aleijões.  Cultura é, antes de tudo, matéria do inconsciente coletivo. Não pertence a racionalidade, onde nosso cérebro poderia acionar. É o que disse Pascal, o pai do racionalismo: “O coração tem razões que a própria razão não compreende.”
      A cultura pertence ao nosso coração.    Que a isso respondam os proprietários dos hotéis, roubados em toalhas e até cortinas na saída dos hospedes. Os responsáveis pela limpeza de banheiros públicos. Na manutenção de residências de deputados federais, quando não são reeleitos. Dizem que roubam até torneiras, espelhos e vai por ai. E estes são deputados federais, nossos representantes em Brasília.  
      Logo, este ano que se inicia não apresentará grandes novidades.
      Sem paixão. Pode não ser o que merecemos, tão pouco o que desejamos, mas é o que podemos. Não conseguiremos mais do que uma inflação crescente, dissimulada por uma “contabilidade criativa”; o dólar subsidiado subirá um pouquinho; o transporte coletivo será o mesmo; os assassinatos os mesmos 50.000 anuais; o sistema de saúde inoperante; as estradas péssimas; os orçamentos municipais estourados; a União aumentando os ministérios na “compra de votos” com empregos, etc. etc.
      Enfim tudo igual, seja com Dilma ou de outra forma.
      Mas, passado estes períodos que levarão décadas, o Brasil apresentará alguma melhora cultural.
      Contudo o Brasil não é tudo em nossas vidas.
Um excelente 2.014 a todos.
Abraços.
J. R. M. Garcia.