segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

= COM MUITA FRANQUEZA =


Eu sei, você sabe, nós todos sabemos.
O problema do Brasil é, antes de tudo, cultural.
De nada adianta uma pessoa intelectualizada, de modos supostamente nobres, cheia de trejeitos no trato com seus semelhantes, atenta aos processos da etiqueta, de fala aveludada, perfumada mas que, na verdade, é moralmente um bruto em seus gostos, suas escolhas, seus apetites, suas opções. E isso tanto mais é, quanto mais este indivíduo se faça para mimetizar sua suposta conduta anímica.
E, quando falo de cultura, não quero dizer nada sobre educação ou comportamento cívico não. Quero dizer muito mais. Estou falando daquele berço que vem da alma do ser. É aquela espécie de pessoa que não sente sequer vontade de delinqüir, seja no que for. Não é que a pessoa renuncie ou reprima o mal feito. Não. Ele realmente não deseja e não quer o mal feito, seja no que for.
Afinal, o que é cultura?
É a somatória de nossos hábitos, costumes, crenças, símbolos, valores, religião, lendas, mitos, enfim todos os padrões de comportamento e atitudes que delineiam nosso modo de ser.
Deste modo, para que se defina o padrão cultural nacional, é extremamente difícil senão impossível.
Em sendo assim, como não possuímos qualquer traço cultural conhecido, toda eleição republicana é uma demonstração realista do que somos. Se elegemos os piores, é porque eles nos agradam de alguma forma. Os eleitos são nossos semelhantes. Senão iguais, são aqueles que se parecem conosco.  
Somente o tempo e muito tempo, será possível uma definição de nosso trato cultural e, conseqüentemente, da mudança na administração do Brasil.
Abraço a todos.
J. R. M. Garcia.