quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

= QUE CALORÃÃÃOOOO !!!!! =


Pontifica Machado de Assis, que “há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor ! Que desenfreado calor !”
E acrescenta mais: “Que ao dizer isso agita-se as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca”.
Neste dia, 1º de Novembro de 1877, o renomado escritor pátrio redigia a crônica e estava “bufando como um touro”, sufocado pelo calor de sabe-se lá quantos graus.
O detalhe notável aqui, é que há mais de dois séculos, o insuspeito escritor nomina como “trivialidade” o esmagador calorão do Rio de Janeiro.
Mais de duzentos anos se passaram e nada aconteceu de insuportável com o planeta.
Não imagino que Machado de Assis tratasse como mera vulgaridade o mormaço  quase insuportável do Rio, quando ele mesmo “sacudia a sobrecasaca”.
E diz mais: “Que calor ! Que sol ! É de rachar passarinho ! É de fazer uma criatura doida !”
Por quê agora colocamo-nos em desespero, quando a marca do termômetro vai além de alguns graus?
      E assim, em desespero, falamos no fim do mundo, em redução da calota polar, em aumento das águas do oceano invadindo a terra e vislumbramos todo um cenário apocalíptico.
      O fenômeno midiático cria sim um clima além da marca sensacionalista do barômetro e de outras medidas.
  Mas na dúvida, amigo leitor, liguemos o ar condicionado, pois é o que recomenda a TV.
      Abraços minhas queridas e queridos.
      J. R. M. Garcia.