quarta-feira, 16 de abril de 2014

= MEMÓRIAS ANCESTRAIS =


Fiquei chocado.
Estudando O LIVRO VERMELHO (Liber Novus), deparei com a afirmação lúcida de Jung, que o inconsciente divide-se em dois, sendo o coletivo e o individual. Nada tão estranho.
   Pois que aceitar o inconsciente coletivo, é quase como admitir a presença de uma entidade singular, primordial da espécie humana. É mesmo acolher que na espécie estivesse a existir um depósito antiqüíssimo de uma “memória” primordial.
     Mas, mais chocado fiquei, quando recordei que minha ex-eposa, mãe de meus filhos, assegurava que em suas pinturas a óleo, ela possuísse memórias de guerra e isso era o que ela ali retratava. Pinturas trágicas, desoladas, assim como que a reproduzir uma espécie de recordação de priscas eras e que, agora, não mais ocupava nosso universo comum.
     Sempre critiquei esta forma de interpretação dela.  
     Mas seria verdade o quê ela dizia?
     Exatamente não sei.
    Ela é filha de libaneses sem qualquer cruzamento. Dir-se-á que é raça pura do Oriente Médio, e muito antiga. Teria “memórias” do passado?
     Mas, mais.
  Jung afirma que para alcançar em análise o inconsciente coletivo, este somente entende a linguagem de expressão via da pintura, desenhos, músicas e outras formas primárias de procedimento. O inconsciente não compreende a linguagem meramente racional.
     Agora ela morreu e, assim, não há como confirmar. Digo. Morreu para a pintura.
     Continuarei estudando Jung e continuarei contando a vocês.  
     Uma ótima semana para todos.
     Abraços.
     J. R. M. Garcia.