sexta-feira, 4 de abril de 2014

= O FURACÃO =


E, naquele dia, foi assim.
Terrível e lindo.  
A tempestade alerta o Capitão. Ele vê o mar. As ondas negras, rugindo, explodem no costado. Sabe de onde vem a borrasca. Rápido, imediatamente, ele conduz a proa do grande barco rumo às ondas do tufão. Maquinas a toda força.  É tudo que contraria todos seus instintos. Mas ele age assim sem pensar. Jamais correr das ondas. Enfrentá-las de frente. De lado ou de popa, seu barco vai ao fundo.
Cada vez mais e mais, com destino contrário ao do furacão, o qual passará sobre seu barco.
As gigantescas vagas, minuto a minuto, estouram em seu convés. Batem forte. Todo o navio range. Treme. Geme. Estala. Chora. Mas será assim. Ou o barco vai ao fundo, ou enfrentará a borrasca até o fim. Ele, afinal, ama este enorme gigante que é seu navio. 
Dedos crispados, corpo bamboleante. Aparência serena, mas alma atilada. Com medo, mas pronto para morrer.  
O medo e a coragem envolvem o ser.
Assim são os velhos Lobos do Mar.
Essa é uma grande luta.
J. R. M. Garcia.