AEROPORTO DE BELÉM
Hoje acordei cedo. A
primeira vez aqui.
Indo embora.
É interessante !
Sempre se me dá uma
impressão de última vez.
Talvez os sentimentais
achem que é assim mesmo.
Mas penso assim: nunca
mais estarei aqui como a primeira vez que cheguei. Agora tudo já não é
novo. O atual é mais antigo, é o visto, é o ido.
E isso já me dá
saudades do ontem.
Deve ser um modo
pessoal de sentir!
Nunca mais entrarei
nesta cidade como entrei no início, esperando encontrar as pessoas que não
conhecia, as ruas, as casas, o hotel. Tudo, enfim. O agora já é ontem. Aquela
madrugada já deixou de ser.
É como a percepção
anímica do tempo fluindo na ampulheta da vida. Sempre indo, indo, indo...O
ontem já não é o imediatamente e, o prontamente, também não será o daqui há
pouco. Os sorrisos que eu dei já não me alegrarão como a primeira vez.
Mas me alegra a
sublimidade do mundo neste giro permanente, inquieto e que tudo continuará como
aqui esteve amanhã e depois, depois e depois...
Muito estranho tudo
isso. Somos uma permanência impermanente. Momentos há que consigo realmente
sentir que, de instante a instante, vou mudando em um ir constante, apenas
registrando fatos, atos, momentos, instantes, desejos, vontades, esperanças.
Um abraço meus
Queridos.
Fiquem sempre com Deus.
Somente Ele pode explicar alguma coisa.
J. R. M. Garcia.