quinta-feira, 22 de maio de 2014

= ADORAMOS FANTASIAS =


Você sabe, todos sabemos, que é uma mentira deslavada que este país foi “descoberto” por acaso. Foi nada disso não. Os portugueses sabiam há muito tempo da existência de nosso território e prepararam, detalhadamente, a passagem da grande esquadra de Cabral aqui indo para a Índia.
E desde 1.500 -nosso “descobrimento”-  a mentilharia é inaugurada em nossa História oficial.
D. João VIº nunca teve intenção nenhuma de vir para o Brasil. Ele veio aqui fugindo de medo das tropas de Napoleão Bonaparte e, pior, com a intenção de voltar, quando Corso desocupasse Portugal. Lá, com sua fugida, morreram 300.000 súditos seus.
D. Pedro Iº, português, criado no Brasil, realmente proclama a independência por si planejada, mas sem abrir mão da coroa de Portugal. Imperador aqui e Rei lá. Situação no mínimo estranha, bizarra, esdrúxula, confusa.
Mentiras, aleivosias e mais embustes.                           
Vem a República constitucional com D. Pedro IIº e uma monarquia sem tradição, grosseira, inculta, sem erudição, de coronéis, como são os próprios títulos absurdos desta mesma monarquia:...
E, de mentira em mentira, caminhamos até hoje.
E aqui e agora?
Nós, por formação cultural, adoramos a farsa.
Nós fingimos que existem instituições nacionais e que tudo vai bem; que estes movimentos dos sem terra são normais; que a greve dos motoristas dos ônibus é sacanagem; que a greves da polícia civil na maioria dos estados é barriga cheia; que a segurança pública é eficiente; que a maior população carcerária do mundo é a nossa e tudo está certo; que as greves dos professores é malandragem; que os 51.000 assassinatos por ano é normal; que existe um congresso nacional; que o poder executivo, judiciário funcionam; que CPIs existem e trabalham; que as eleições serão verdadeiras; que neste país oposição existe etc. etc.
Nós fingimos acreditar nisso tudo. Os poderes constituídos, por seu lado, disfarçam que eles acreditam na idoneidade de suas funções. E, assim, passamos a representar o imenso teatro de nossa História que até aqui aconteceu. Eles dissimulam e nós dissimulamos.  Somos pouco mais que uma peça mambembe de ópera bufa.
Mas isso que pode transformar em uma tragédia. Ou não? Podemos viver assim mais 500 anos, talvez.
Na verdade adoramos fantasias.
Uma boa semana.
Abraços.
J. R. M. Garcia.