Olhando
a foto de uma festa.
Esta festa se deu há pelo menos mil anos.
Não. Isso é exagero. Digamos há uns trinta
anos.
Mas é como se fosse mil.
Uma festa junina.
Éramos todos casais jovens, com filhos
crianças ainda, vizinho todos.
De uma forma geral todos esbeltos,
esguios, sem barriga. Ágeis, flexíveis dançando a maioria com a meninada à volta.
Todos ali reunidos com muita alegria.
Bons tempos !
He ! Bons tempos !
Vou dizer-lhes o quê eram estes bons
tempos.
As paixões eram muito mais soltas e, por
isso, perdíamos-nos em estéreis discussões uns com os outros e conosco mesmos. E
muitas vezes com a família. As crianças, inteiramente dependentes, exigia-nos
atenção, educação, zelo. Era um tal de passar a noite fazendo vaporização, com
febre, remédios e, as vezes, até rápidas internações. De manhã era correr para
a escola com eles. Começo de vida tudo era novo e, como tal, as crianças eram
novas e a gente muito inexperiente. E ainda, por cima disso tudo, precisávamos ganhar
dinheiro, fazer patrimônio, correr atrás de trabalho rentável. Além do mais buscar deixar algum patrimônio.
Vem a adolescência.
Nossaaaaaaaaaaaa !!!!!!!!!!!!!!!!
Aí a barra pega quente mesmo.
Digo e resumo: pior que um adolescente, somente dois. E se o
adolescente for desajeitado, nem a morte dos pais podem satisfazê-lo. O jovem
não deseja que os pais morram, preferem conservá-los vivos para torturem-nos. Isso inconscientemene,
naturalmente. E o pior é que alguns continuam sendo eternamente “aborrescentes”,
mas disso é a Sociedade quem cuida.
Bons tempos ?!
Tenham um alegre, feliz e abençoado
feriadão.
Abraços.
J. R. M. Garcia.