Ninguém
de boa fé pode negar a importância das disputas dos jogos mundiais de futebol a
serem realizados no Brasil. Sem dúvida é motivo de júbilo, de alegria, de contentamento.
É muito bom que assim o seja. Como todos, também eu, regozijo-me por estes
certames. Com atenção juvenil acompanharei com todo entusiasmo tantas quantas
forem as partidas que realizarem.
No
entretanto, fico aqui a pensar o excessivo enaltecimento e desvairo com que a
mídia dá destaque a este evento.
A se
ver como os jornais, atribuem relevância exagerada a estes jogos, ficamos assim
a imaginar que nossa História dividi-se entre o “antes e o depois”.
É como
se após tais festividades esportivas, nosso país fosse alterar da água para o
vinho.
Após estes
eventos o Brasil terá resolvido o problema dos prontos socorros lotados; o
nosso índice de criminalidade em mais o de 51.000 assassinatos por ano (o maior
do mundo); como se a inflação desistisse de nos devorar; o dólar não
continuasse subsidiado a favor dos bancos; os juros pagos pelo país ao exterior
não fossem os mais altos do mundo; o transporte coletivo fosse resolvido; o problema
de energia elétrica fosse concertado; nossas estradas dessem escoamento a nossa
produção; a segurança de nossa população aumentasse; o grau de investimento
privado pudesse ser aumentado em detrimento da iniciativa pública; o
intervencionismo estatal fosse diminuído; a burocracia restringida; o índice de
corrupção fosse coibido; nosso ensino fosse mais eficiente; os professores do
ensino médio fossem pagos acima da linha mil da miséria; nossa política externa
fosse menos venal.
Isso.
Terminada
a copa estes problemas estariam resolvidos?
Ahhhh!!!!!!!!!!!!!
Este seria o grande milagre.
Esta
seria a etapa magistral de nossa História.
Mas
não. Tristemente não. Após os jogos, tudo voltará como d’antes no curral de Abrantes.
Cada
um voltará para sua casa frustrado, sabendo que o que aconteceu foi apenas uma
noite de sonhos. As dívidas e os problemas serão os mesmos a arrasar-lhes os
corações entristecidos.
O ditado
“PÃO E CIRCO” que os romanos antigos alardeavam, aqui é “PAO SEM CIRCO”.
Tenham
um domingo abençoado, minha Amiga(o).
Abraços.
J. R.
M. Garcia.