Lembro-me
muito bem da surra que levei, ali quando tinha meus 13 anos mais ou menos. Foi
de cinta de couro dobrada. Deixou fundos vergões nas costas, mas sem fivela. E o
mais sério, é que hoje eu percebo nitidamente que apanhei assim de meu pai, por
pura transferência da raiva que ele sentira de minha mãe, para o meu lombo.
Isso sem direito a salmoura.
Ela
dissera que eu havia dado de presente uma corrente de ouro para prostituas. Nem
sei de onde tirou esta ideia maluca, mas se de fato fosse verdade, até penso
que teria algum mérito e não a surra doida que levei.
Em
compensação, hoje porto uma corrente de aço cirúrgico com escapulário, presente
de outra mulher.
Levei
outras surras e tabefes também.
Mas
isso educou-me. Nunca dei uma única palmada nos dois filhos. E olha que deles
já ouvi bons desaforos. Eles estão aí para testemunharem.
Deste
modo, não sou a favor de dar palmada alguma nos filhos, mas sim eventuais
castigos quando na infância. E, agora, que sou velho, corro o risco de apanhar
deles. E olhe que não estou dizendo besteiras.
Logo,
isso de “lei de palmadas” não consigo entender não. Nunca as dei em ninguém e
em mim não deram palmadas, mas surras com correia de couro cru.
Vê?!
Estou
por fora deste assunto. Não entendo é nada disso.
Tenham um abençoado fim de semana sem palmadas ou pescoções.
Abraços.
J. R. M. Garcia.