El Ele
era pobre; ela era pobre.
Ambos comuns, prosaicos,
infantis, novos, fortes, saudáveis e ela muito bonita.
Casaram-se.
Lua de mel de “borrachudo”.
Melhor explicando: de ônibus. Noite de núpcias em uma cidade próxima e, depois,
São Paulo por três dias. A seguir Caraguatatuba, Bertioga, Santos.
Já em Santos ela fez a
feira e cozinhou alguma coisinha no apartamento alugado. Sempre cozinhou muito
bem.
Voltaram desta curta
estada e ele mergulhou no trabalho. Parece que o dia era pequeno demais. É como
se ele fosse morrer trabalhando.
Apartamento alugado, de
duas unicas peças e uma minúscula cozinha que não tinham geladeira, pois mal podia
caber ali uma pessoa. Quatro lances de escada que se subia de um só fôlego.
Eram jovens.
Ele a pé por dois anos. E
ela sempre esperando que um dia comprasse um carro.
E assim passaram os anos.
Outras residências
aconteceram, outros apartamentos, telefones, os filhos nasceram, cresceram, carros
outros e o casal até que passou a viver.
Encontrei outro dia por
acaso este casal. Ele com cabeleira branca, passos cansados, meio devastado e
ela magra e ainda com alguma pose.
Felizes?
Ah, isso não sei. Não
perguntei, mas sei que ambos pareciam bem mais seguros, maduros e sóbrios do
que as crianças que foram.
Um fim de semana cheio de
alegria para cada um de vocês.
J. R. M. Garcia.