sábado, 12 de julho de 2014

= BRASIL – CAMPEÃO MORAL DA COPA =



É isso mesmo. Nenhum espírito de caçoada.
       Troça seria o inverso.
Não termos tolerado esta magnitude de gastos expendidos na edificação destes estádios, agora todos sem utilidade para nosso contingente de doentes e presos que vagam por nossas cadeias e ruas do país.
     Pilhéria seria não suportarmos os 56.000 assassinatos que ocorrem no país. Muito mais do que muitas guerras.
     Gozação é aguentar o que chamam bolsa isso, bolsa aquilo e até bolsa presidiários, vitimando os presos que não trabalham, não se aplicam a uma atividade re-educadora amontoados nas prisões e no, entanto, recebendo por conta da União.
       Anedota seria ridicularizar que, tanto no interior como nas capitais, convivemos dia a dia com o novo termo “krakolândia”, que adorna nosso vocabulário atual.
      Escárnio mesmo são os “mensaleiros”, todos soltos sob privilégios de um Supremo afeiçoado a trapaça e “mandrakaria” da pior espécie.
      Estes fatos seriam sim motivos a caçoar do brasileiro. Mas, no caso não é.
       Por quê?
       Porquê tão meritório é o anti-herói como o herói. Ambos resistem e experimentam o mesmo grau de resistência moral.
       Na luta vitoriosa o herói suporta a dor da batalha e, na derrota fragorosa, o amargor do anti-herói. O fracassado, também sofre a mesma dor.
       Logo, hoje, ante o mundo somos de igual quilate, só que suportando na nossa cara a expiação de nosso fracasso imenso, inimaginável.
       Essa dor nos faz: campeões morais de todas copas.
       Enfim suportamos, silenciosamente, o flagelo moral de nossas vidas.
       Abraços e bom domingo.
       J. R. M. Garcia.
OBS: Mesmo com a medalha de sola rústica ao perdermos para a Holanda, somos, ainda, CAMPEÕES MORAIS DA COPA.