quarta-feira, 30 de julho de 2014

= JUNG DEU ALMA A ESPÉCIE HUMANA =

Carl Gustav Jung

Tudo indica que a humanidade constitui-se em um ente portador de vida própria e, como tal, um ser independente no planeta, individuado como um todo, próprio, definido por suas características adequadas. Enfim, a humanidade é um ser vivo. Age, reage, cresce, evolui, adoece, cura-se, trabalha e busca a vida da mesma forma que um indivíduo procederia. Se um leão, um boi, um gato, um homem é uma unidade em si mesmo, a humanidade também é idêntica. É, evidentemente, única.
A pessoa, o ser humano em si mesmo como tal, é um ser formado por milhares de células que somos nós. Interagimos por muitos processos peculiares, em uma rede bem mais complexa de intercâmbio do que as células vivas dos corpos biológicos, dos quais somos formados. Umas imensidões de células morrem a cada instante em nosso corpo físico e, outra imensidão nasce de igual maneira.Tudo muito semelhante ao corpo social. Nem por isso sofremos descontinuidade em nossa vida como um todo único, tal qual a humanidade. Evoluímos do nascer até a morte, da mesma forma que provavelmente a humanidade no seu todo morreria. Ou não, tudo dependendo de sua adaptabilidade ao Universo e da evolução de si mesma, em organizar-se no planeta e dele conseguir meios para a subsistência.
   Tal qual a espécie nascemos crianças e viemos evoluindo até hoje, trazendo em nossos corpos marcas registrando esta evolução. Sejamos ou não descendentes de uma espécie de macaco. De igual maneira, temos em nosso evoluir as marcas destas alterações físicas. E é evidente que, se na formação de nossos órgãos temos sinais indeléveis de nosso passado biológico, nada mais natural que, também, tenhamos em nosso inconsciente estas mesmas marcas sob a forma primitiva de símbolos, memórias ancestrais que somente habitam em nosso inconsciente.
     E aqui faço lembrança de que Jung, em sua genialidade, lembrou-nos e fez-nos ver que existe um inconsciente coletivo, comum a toda espécie, com variantes grupais e territoriais. Contudo, idêntico nesta memória da espécie. Jung e Freud descobriram o inconsciente individual, mas foi Jung quem, sozinho, percebeu e, afinal, provou a existência do inconsciente coletivo, dando, desta foram, uma “alma” própria e específica a espécie humana.
      Isso equivale a dizer, de alguma outra forma, que a humanidade possui uma “alma”. Uma “alma” individuada, diferenciada de todos demais gêneros da criação. Esta “alma da espécie” não é mística, mas sim real, perceptível e identificável. E, também é válido afirmar que nos bilhões de anos que nos antecederam neste planeta, as espécies que não evoluíram são, exatamente, aquelas que atingiram seu ponto máximo de evolução, estando de conformidade com o meio no qual vivem. Já o ser humano não. Ele ainda não está adaptado ao planeta e, por isso, necessita de maior índice de adaptação e transformação.
    Mas, o que nos faz ser assim desesperados por viver?
      Exatamente nosso instinto de conservação, o que equivale a dizer que a maioria de nós não deseja sofrer dor e tão pouco morrer. A somatória disso impulsiona não unicamente a humanidade para diante, mas sim leva toda a vida existente no planeta com o destino á vida. Leva-nos também a perpetuarmo-nos sob a forma de descendentes.
         Complicado estas assertivas, não é?
         Voltaremos ainda a ela.
         Abraços.
         J. R. M. Garcia.