Analisem comigo estes fatos.
Sou um velho. Tenho mais de setenta anos.
Já fui assaltado em São Paulo; fui atirado em um
local ermo, em uma estrada entre Sacramento e Uberaba à noite, quando tentaram
roubar-me uma caminhonete D-20 nova; fui furtado em vinte e um mil reais com
saques repetidos em meu cartão de crédito, sem qualquer reembolso; fui
assaltado o mês passado em Belém e semana finda, um ônibus foi parado na
estrada por um carro, à noite, quando recolheram nossas “contribuições” aos
marginais.
Ora. Se sou um velho, e tenho dificuldade para correr,
o quê posso fazer frente a estas circunstâncias?
Não sou um Hulk e nem Neymar. De atletismo somente
vejo na televisão.
O Estado, que deveria assegurar-me proteção, está
sempre ausente.
Não tenho antecedentes criminais. Não sou um Zé
Dirceu, um Genoino, cujas passagens pelo crime são verdadeiras “capivaras”.
Supostamente, nesta vida que vai se alongando, não
tenho sequer qualquer lembrança de qualquer ato violento, seja a que título
for. Sou de paz.
Aí pergunto: QUE RAIO DE IMPLICÂNCIA É ESTA COM
ESTA LEI ABSURDA, A QUAL NÃO ME DÁ O DIREITO DE PORTAR UMA MODESTA ARMA?
Deus sempre me ajudou e escapei até aqui, mas
também preciso ajudar Deus até onde consigo.
Sou advogado e, assim, sou obrigado a postular
ações, com as quais muitas vezes não agradam a todos.
Logo e assim, vou ingressar com uma ação judicial
pedindo ao Meritíssimo que, analisando meu caso, autorize-me a usar uma arma.
Ele talvez me remeta a outra instância, sugerindo um Mandado de Injunção ou Ação
Direta de Inconstitucionalidade e
isso farei.
Darei ciência a vocês, linha por linha, destas
medidas judiciais.
Tenham uma semana abençoada sem riscos de assaltos.
Abraços.
J. R. M. Garcia.