E vou dizer por quê.
Quando eu estava em Ribeirão Preto e lá
exercia as funções da Superintendência do transporte local, existia um programa
de rádio local ouvido pela cidade toda. O nome era “LARGA BRASA”. Era um
programa matinal, feito do diálogo entre dois jornalistas, Toni e Morandini. Um
faleceu, o outro ainda continua no rádio.
Levantando cedo -o que na época era comum- ia descendo pela avenida que margeia o córrego,
a Francisco Junqueira, quando liguei o rádio do carro e fui logo ouvindo Toni
falar.
O que ele dizia de um cidadão era mais
para baixaria, do que para uma pessoa decente.
--“Marginal...Uma pessoa sem trato com a
imprensa...Um cretino...Merecia ser morto e dependurado nos fios de troleibus
da sua própria administração...”
Quando ouvi isso apurei os ouvidos.
Pensei: “Será de quem este sujeito está
falando? Surpreso ainda pela quantidade de ofensas.”
Ele continuou e aos gritos disse:
--“Esse Garcia deveria sair corrido desta
cidade com as calças na mão...
Não ouvi mais nada. Era eu o objeto de
suas ofensas infundadas e criminosas. Fiquei
cego. Correndo fui furando sinais, desviando de veículos e entrei no pátio da
rádio arrebentando as correntes do estacionamento. Aos pulos subi as escadas
que dava ao estúdio de gravação e, com um pontapé, abri a porta e avancei na
garganta do tal Toni, xingando de tudo.
A rádio saiu do ar. Para lá
dirigiram-se meus companheiros e tudo acabou em polícia e ocorrência com BO.
O fenômeno que se passou com Datena, por
motivos outros, deve ter sido este que se deu comigo. Ele, à época, era
jornalista em Ribeirão e deve ainda lembrar-se deste incidente.
A violenta emoção cega, apesar de alguns
juristas dizerem ao contrário.
Tudo certo Datena!
Abraços, amigão.
Obrigado a vocês que me leem.
Tenham uma ótima semana.
J. R. M. Garcia.