sexta-feira, 22 de agosto de 2014

= DESTINO >>>>> BELÉM =


                Sempre a trabalho. Sempre.
      Se fosse caixeiro viajante (profissão hoje extinta), não viajaria tanto.
        Sempre tive para comigo que a causa existe onde os clientes estão. E esta -tendo sido minhas premissas iniciais- respeito-as até hoje.
           Errado? Certo?
           Não tive tempo de conferir.
     Hoje, com a Internet, tudo isso é mais fácil. Petições eletrônicas, processos virtuais, publicação de prazos e vistas sem manusear os feitos. Telefonia ruim, mas com certa dificuldade, fala. Muitos vôos diretos para as capitais. Bons hotéis. Isso sem falar na consulta de jurisprudência e doutrina. Aí, então, é facílimo. Somente erra nisso quem quer.
      Este mundo não é mais o mundo que me iniciei na advocacia.
             Continuamente digo que esta viagem será a última. Mas, até hoje não foi.
             Ruim? Bom?
             Também não sei.          
         Agora, subindo o elevador, tomaram comigo um jovem casal nitidamente de recém-casados. Puros, cândidos, cheios de vida, um tanto tímidos, abarrotados de esperanças e ilusões. Cumprimentei-os: “Que Deus os acompanhe sempre nesta jornada que iniciam!” Eles, um tanto acanhados, agradeceram ambos. Em silêncio, depois, orei para eles uma Ave Maria.  Comovo-me ao ver um início deste modo, com pura boa fé, expectativas, amor, afeto a trombar por este mundo cada vez mais confuso e indigno.
               Não sou um desiludido, mas também não tenho ilusões.
                Até Belém, meus queridos.
                Tenhamos todos um excelente fim de semana.
                J. R. M. Garcia.