quarta-feira, 27 de agosto de 2014

= SEJAMOS REALISTAS =



         Alguém pode acreditar que, ganhando qualquer candidato à presidência, elegendo um novo congresso, novos e antigos governadores, a situação do Brasil se modificará como um passe de mágica?
      Pensar isso é acreditar em conto de fada, em estória da Carochinha. É mais que um delírio. Não há constituição, códigos, leis extravagantes que possam modificar o rumo de nossa sociedade. Nenhum empenho seja de um, de uns ou de outros que possam fazer a mágica de restaurar ou manter a saúde pública; da segurança civil; de um transporte urbano pelo menos indecente; da realização de novas fontes de energia; de nossas estradas; de diminuir o número de 56.000 assassinatos ano; de nossa indústria sucateada; de nossos tribunais sufocados de decisões esperando sentenças; de nossos presídios superlotados; da epidemia de craque nas nossas ruas; de nossas escolas que nada ensinam, até porque são proibidas de reprovar; do endividamento absurdo a que fomos vítimas nestes últimos anos; do dólar subsidiado; do petróleo subsidiado; da energia elétrica abaixo do preço.
      Amigos.
      Nem em quatro, cinco ou dez anos isso será possível.
      Infelizmente essa é a triste realidade. Bom é que preparemo-nos para convivermos com estas mazelas.  
      E, como isso pode acontecer?
     Ah ! Acontecerá com uma mudança cultural profunda, onde cada um tenha senso de civilidade, um pouco de caridade humana, mais amor, de respeito ao próximo, de patriotismo -esta palavra esquecida, senão nos campos de futebol, quando cantam o hino nacional. Uma reforma moral, onde nós possamos ver-nos como iguais em reivindicações e senso de direito em nossas obrigações. Um pensamento ético no sentido de sentir que, prejudicando ao nosso próximo, no fim, prejudicaremos a nós mesmos.
   E se alguns, como os políticos, não procedem assim, todos somos obrigados a fazê-lo.
     Isso leva tempo.  
     Alguém seria capaz de trazer-nos esse sentir?
  Obviamente não e, por isso, haveremos de sofrer até que compreendamos um pouco destes sentimentos que não vem da razão, mas sim de nossa alma mesma.
     Abraços.
     J. R. M. Garcia.