domingo, 14 de setembro de 2014

= CONFISSÃO =

= CONFISSÃO =


Alguém que já existiu em mim, morreu.
Fui e não sou. Épocas houveram, as quais distanciam-se no tempo como sombras de um passado cada dia mais remoto.
Bom ou ruim não sei.
Na verdade, o fato real é que no afastamento deste espectro percebe-se  -sem de fato ter certeza-  que fui o quê não sou, ou que, não sendo, procuro o quê sempre fui.
Teria sido apenas uma imagem do que desejei ser?
Apenas uma vontade?
Uma espécie de ilusão que sonhei?
Fui uma mascara que nestes dias começo a abandonar.
Ou sempre fui de fato o que sou?
Por que, humildemente, partilho este fato com vocês?
Porque imagino que todos aqueles que realmente encontram de fato sua alma  - na verdade as vezes em provecta idade -   distanciam-se de si mesmo, encontrando algo  que é bastante diferente do que na verdade se é, ou foi.
Creio que uma pessoa que não tem no espírito a evolução no decurso do tempo, passando por transformações anímicas, vendo e encarando fatos antigos como novos, tratando em sua alma estes enfoques que emocionalmente antes não conseguia sentir, é pouco menos que um ser insensível e pouco disposto a mutação. É como se sua alma estivesse parada no tempo.
Não sinto idênticas emoções nas mesmas manifestações artísticas, na lógica dos raciocínios exatos, nos parâmetros de proposições políticas e sociais, no encarar os paradigmas éticos e, tão pouco, dos ideais que antes cultivei, dos sonhos que outrora vi como possíveis, cabíveis e desejados.
Para um Blog não se recomenda textos longos.
Tenham um domingo abençoado.
Abraços.

J. R. M. Garcia.