Dizem que as pessoas
não leem mais. Ou lhes falta tempo, ou lhes falta ânimo.
Fico
aqui pensando.
Mas
será por que este desinteresse, se é que ele existe?
É
culpa do leitor ou culpa daquele que escreve?
Francamente
eu detesto um texto chato, bem ou mal escrito, que versa sobre assunto que não
me interessa. Dizem que Sarney adora ler bula de remédios, hipocondríaco que é.
As más ou boas línguas atribuem a este ancião maranhense de má índole, o hábito
de comprar remédios somente para ler-lhes as bulas. Passa horas e horas
lendo-as.
Não
é meu caso e imagino que, também, de muito poucos de nós.
Mas
há os que são obrigados a ler. Um juiz, um tabelião, um jornalista, um advogado,
um professor e outros. Esses são obrigados a ler. Mas dizem que não lêem nem
com estes deveres. É claro que deveriam ler.
E
aí indago-me. Será que uma petição é agradável a leitura? Será que a leitura de
um laudo é sedutora a quem o lê? E a matéria de um jornal, faz-se simpática ao
leitor? Um livro capta a atenção de quem vai paginá-lo?
Este
é o problema.
Petições
existem que dão nojo em quem a vê. Matérias jornalísticas são tão complexas às
vezes, que é necessário uma re-explicação. Que nem se diga do besteirol que
infesta as matérias trazidas a alunos e professores para sua apreciação.
E
aí -fica claro- o desagrado não é do leitor.
O horror é de quem escreve.
Em
princípio tenho para comigo que a maioria da culpa é do escritor. Ao leitor cabe
saborear o prato feito. Só.
Abraços
a todos.