quarta-feira, 17 de setembro de 2014

= NINGUÉM LÊ MAIS =


    Dizem que as pessoas não leem mais. Ou lhes falta tempo, ou lhes falta ânimo.
             Fico aqui pensando.
             Mas será por que este desinteresse, se é que ele existe?
             É culpa do leitor ou culpa daquele que escreve?
        Francamente eu detesto um texto chato, bem ou mal escrito, que versa sobre assunto que não me interessa. Dizem que Sarney adora ler bula de remédios, hipocondríaco que é. As más ou boas línguas atribuem a este ancião maranhense de má índole, o hábito de comprar remédios somente para ler-lhes as bulas. Passa horas e horas lendo-as.
           Não é meu caso e imagino que, também, de muito poucos de nós.
            Mas há os que são obrigados a ler. Um juiz, um tabelião, um jornalista, um advogado, um professor e outros. Esses são obrigados a ler. Mas dizem que não lêem nem com estes deveres. É claro que deveriam ler.
        E aí indago-me. Será que uma petição é agradável a leitura? Será que a leitura de um laudo é sedutora a quem o lê? E a matéria de um jornal, faz-se simpática ao leitor? Um livro capta a atenção de quem vai paginá-lo?
                Este é o problema.
             Petições existem que dão nojo em quem a vê. Matérias jornalísticas são tão complexas às vezes, que é necessário uma re-explicação. Que nem se diga do besteirol que infesta as matérias trazidas a alunos e professores para sua apreciação.
              E aí -fica claro- o desagrado não é do leitor.  O horror é de quem escreve.
             Em princípio tenho para comigo que a maioria da culpa é do escritor. Ao leitor cabe saborear o prato feito. Só.
                Abraços a todos.
                J. R. M. Garcia.