sábado, 8 de novembro de 2014

= O UNIVERSO A CADA INSTANTE SE CRIA=

                               O universo a cada instante se cria.  
                        Cinco são seus sentidos perceptíveis. Outros há, obviamente, que estão distantes de nossa percepção, mas existem também.
                       Eu vejo o bem e mau, escolho-os, decido os caminhos por onde vou, piso nas pedras, na água, no fogo. Ora aprecio o amargo, o doce, o azedo, o acre e até o insípido. Sinto o calor, o frio, o mais ou menos quente. Ouço as músicas que gosto e as que não gosto também.  Os aromas sinto-os com maior prazer, evitando uns e aproximando dos que mais apetecem-me.
                        Mas é além de meus sentidos perceptíveis, é que realmente começam minhas verdadeiras sensações. De meu cérebro vem-me verdadeiras emoções desejadas e indesejadas,  as quais tento as vezes fugir e outras não.  Lembranças ruins tiram-me o sono, outras passeiam comigo em jardins que sequer consigo lembrar. Negócios, dívidas tiram meu sono. Preocupações fundadas ou não exasperam-me quase a loucura. Algumas falsas, outras reais, outras possíveis e impossíveis, perturbam-me como raios que passassem em minha mente.
                        Logo, o mundo palpável, sensível dos chamados cinco sentidos, molesta-me muito menos do que aqueles que andam por minha alma. E sabe por quê ? Porquê imagino que estou muito mais preparado para lidar com os fatos corriqueiros e banais de meus sentidos mais sensíveis, e muito menos com a alogia do que me vai no espírito. A lógica do espírito é outra. Ela deve existir – certamente existe – mas não estamos acostumados a lidar com ela. Nossa necessidade maior, mais premente, aparentemente é pagar dívidas, fazer novas dívidas, cuidar do que materialmente sentimos como necessário e evitar os azares destes compromissos descumpridos. Atendemos ao grito do corpo, mas esquecemos que a alma pode estar gritando desesperadamente por socorro. E ela, a alma, o faz em uma alogia que ainda não entendemos, enquanto que os sentidos superficiais  gritam. Aprenderam a gritar.
                        Mas saibam, tenham certeza, os dois, tanto o espírito como o corpo fazem parte de nosso universo.
                        Um universo dentro de nós e o outro fora de nós.
                    Acertar o compasso de ambos não é fato para um Blog, mas sim para todo um longo estudo ainda de remota compreensão.
                        J. R. M. Garcia.