JUSTIFICATIVA
Eu disse aqui, -aliás
escrevi- , uma crônica a qual criticaram-me por lamentar a terceira e última
idade.
Foi domingo passado. Mais precisamente
dia 16 deste mês.
Ali afirmei:
Em que isso
atenta ao pudor?
Onde isso diz inverdades?
Onde minto?
Onde há contradição?
Aaaahhh!
Mas bateram-me pesado com o labor e sabor de chibatadas!
É como se, com palavras de heresia sacrílega, houvesse textualizado termos criminosos e não verdades tão banais
quanto tão antigo existe o ser humano no planeta.
Eu poderia também ter somado, que na velhice, pessoas há que colhem os
frutos do respeito, da veneração, da atenção, do carinho que
eventualmente lhes devam. Mais que o tributo de uma vida longa e cheia de
lutas, é um dos legados maiores que pode o homem
deixar. Mas não. Ao contrário quis firmar o lado negativo disso tudo...
E por que não deveria ?
Por que mentiria?
Tão verdade é a gratidão, quão verdade é a tristeza do poente.
Ao leitor justo e atilado saberá fazer a diferença. Os que somente
assistem a um lado, certamente é um pouco caolho e o mundo, a idade, lhe
endireitará a visão.
Talvez não saiba que a um cronista, a vitrine da vida é mais que um
espelho do mundo, é o que vai além deste mostruário.
Abração amigas(os) que sempre
leem-me.
J. R. M. Garcia.