Isso está nos
livros de Psiquiatria, mas com pequeno destaque.
A dor é, ao que se observa, uma das
primeiras sensações que o ser humano tem neste mundo. No momento em que nos vemos fora do líquido
amniótico, temos a imensa sensação de frio e da própria gravidade. Com esta consternação
vimos ao mundo chorando. E estas lágrimas iniciais é que nos trás à vida,
desenvolve nossa sensação de prazer, de desagrado, de fome, de alegria. Dá-nos,
enfim, a impressão de identidade própria, separando o mundo de nós próprios. E
daí, pela tentativa de acerto e erro, vamos avançando e acumulando
conhecimentos neste mundo até tornarmo-nos seres cognoscitivos.
A consciência dolorosa é pois o
destaque de nossa vida aqui e é o que afirma Schopenhauer em sua extensa obra,
louvada por Freud, Nietzche e Jung entre muitos outros. Assim
ele definiu - talvez exageradamente - nossa vida neste mundo: “Por toda a parte o homem
encontra oposição, vive continuamente em luta, e morre segurando suas armas.”
Este traço da intimidade humana com a amargura pertence ao
ser denominado “normal”. Mas não o é entre os que disso destoam muito.
Há aqueles entusiastas da dor. Amam-na. Estes são masoquistas.
Mas há um faixa cinzenta entre os amantes da dor (masoquistas)
e os que dela fazem uso apenas como expressão da tristeza de seus sofrimentos,
força de fuga, agressividade, defesa de si mesmo etc.
Nesta
faixa cinza –pode parecer absurdo- mas ha
pessoas, que por qualquer razão não podem ser felizes. Contudo mal vê de si
aproximando algum momento de felicidade arrebenta-o todo. São destrutivas de si
mesmas e acabam estourando o humor de todos que em volta a cercam.
Que
Deus afaste de nós este tipo de gente! Ele arrebenta nossa vida. Calcina nosso
espírito. Destrói nossos dias. Arruina-nos a existência.
Essa dor é malsinada, fortuita e
desnecessária. Ela nem é de todo masoquista e tão pouco sincera, mas o parceiro
explode a gente.
Pensem
nisso.
Boa
semana.
J.
R. M. Garcia.