Reportagem da Folha de São Paulo noticia que uma equipe da
Prefeitura do Rio foi assaltada durante um evento teste do ciclismo.
Uma notícia a mais na crônica policial do país.
Dias atrás uma chacina em São Paulo.
Assaltos, roubos, furtos, estupros, assassinatos.
Tudo virou lugar comum e a notícia de hoje já é velha e,
pior, até enfadonha.
Já sabemos que somos um país violento e de arquétipos primitivos.
Mais de 55 mil homicídios por ano.
Um número bárbaro.
Como podemos defender que somos uma sociedade pacífica, um
povo cordial e afável?
Sim, claro, hoje nos chama atenção a corrupção desvelada
pela Operação Lava Jato.
Ocupa a mídia, ocupa as redes sociais e leva-nos às ruas em
uma manifestação de cidadania.
Mas, contudo e entretanto, o que dizer do nosso quadro
social de violência?
Por que este tema não nos constrange, não nos impulsiona a
nem mesmo indignação quanto mais uma reação?
O que ocorre, em termos sociológicos, com nossa sociedade?
Para termos 55 mil homicídios por ano, por décadas, alguma
coisa de errada e muito grave está ocorrendo.
Qual a população que precisa para gerar esta taxa de crime? Quantos de nós estamos diretamente envolvidos com o crime?
Infeliz de um país que assim é e assim sente e age.
infelizes os assaltados e os assaltantes.
Vítimas e vitimados amalgamam-se em um ciclo de terror, aonde
transmutam-se em presa e predador, um retro alimentando a ação do outro.
Até quando o país poderá seguir como um bando de criminoso, seja
nas ruas seja nos gabinetes governamentais?
Até quando o Brasil poderá sustentar uma rede bancária usurária
que não pratica operações de banco e sim operações de agiotagem?
Até quando nossa estrutura institucional poderá sustentar
uma nação que desrespeita sistematicamente as leis?
A história é um fenômeno dinâmico. Não há 'fim de jogo' para
o curso de um povo.
Tire-se o infeliz governo mas como mudar nossa sociedade e
nossa percepção do que é aceitável e do que não é aceitável?
A letra do nosso Hino nacional assevera que o Brasil está
"deitado eternamente em berço esplêndido". O artista ituí. Ele profetiza. Ele sente.
Quando será que vamos acordar? Nunca? O hino vaticina nosso
destino que é ficar deitado.
J. R. M. Garcia.