domingo, 16 de agosto de 2015

= UM PAÍS INFELIZ =


     Reportagem da Folha de São Paulo noticia que uma equipe da Prefeitura do Rio foi assaltada durante um evento teste do ciclismo.
      Uma notícia a mais na crônica policial do país. 
      Dias atrás uma chacina em São Paulo. 
      Assaltos, roubos, furtos, estupros, assassinatos. 
    Tudo virou lugar comum e a notícia de hoje já é velha e, pior, até enfadonha. 
     Já sabemos que somos um país violento e de arquétipos primitivos. 
       Mais de 55 mil homicídios por ano.
       Um número bárbaro. 
      Como podemos defender que somos uma sociedade pacífica, um povo cordial e afável?
     Sim, claro, hoje nos chama atenção a corrupção desvelada pela Operação Lava Jato. 
      Ocupa a mídia, ocupa as redes sociais e leva-nos às ruas em uma manifestação de cidadania. 
    Mas, contudo e entretanto, o que dizer do nosso quadro social de violência?
Por que este tema não nos constrange, não nos impulsiona a nem mesmo indignação quanto mais uma reação?
      O que ocorre, em termos sociológicos, com nossa sociedade?
Para termos 55 mil homicídios por ano, por décadas, alguma coisa de errada e muito grave está ocorrendo. 
     Qual a população que precisa para gerar esta taxa de crime?     Quantos de nós estamos diretamente envolvidos com o crime?
      Infeliz de um país que assim é e assim sente e age. 
infelizes os assaltados e os assaltantes. 
     Vítimas e vitimados amalgamam-se em um ciclo de terror, aonde transmutam-se em presa e predador, um retro alimentando a ação do outro.
     Até quando o país poderá seguir como um bando de criminoso, seja nas ruas seja nos gabinetes governamentais?
     Até quando o Brasil poderá sustentar uma rede bancária usurária que não pratica operações de banco e sim operações de agiotagem?
     Até quando nossa estrutura institucional poderá sustentar uma nação que desrespeita sistematicamente as leis?
     A história é um fenômeno dinâmico. Não há 'fim de jogo' para o curso de um povo. 
       Tire-se o infeliz governo mas como mudar nossa sociedade e nossa percepção do que é aceitável e do que não é aceitável?
      A letra do nosso Hino nacional assevera que o Brasil está "deitado eternamente em berço esplêndido". O artista ituí. Ele profetiza. Ele sente.
      Quando será que vamos acordar? Nunca? O hino vaticina nosso destino que é ficar deitado.
J. R. M. Garcia.