terça-feira, 8 de setembro de 2015

= UM ALUNO MUITO VELHO = (Borges e Garcia)

08/ Setembro/ 2015

= UM ALUNO  MUITO  VELHO =

HOMEM  TRABALHANDO  NO  COMPUTADOR

Amigos.
É tão estranho, passado milênios, voltar à Escola !
Dei aulas de Geometria nos primeiros cursinhos para faculdades. Fui Professor de Prática Forense. Fiz alguns discursos políticos. Dirigi mais de 300 funcionários como Superintendente gestor de todo Transporte coletivo da cidade.
E, agora, já no final da vida, retorno aos bancos escolares.
Fico constrangido de uma cabeça branca ali estar, entre pessoas bem mais jovens, estudando. De longe o mais velho de todos alunos.
Humildade ?
Não. Tenho certeza que não. Necessidade.
Vendo-me perdido neste oceano que é a Informática, voltei a estudar. Por três meses frequento diariamente as aulas.

ALUNO  REBELDE 

E, sabem de uma coisa ?
Fui na verdade um péssimo aluno seja na Faculdade, sejam nos cursos que a ela antecederam.
Eu era daqueles que escolhem professores e matérias. Se achava o mestre simpático era bom aluno e, às vezes, a matéria. Se era antipático “dava uma bola” para o bedel e sumia do pátio para não ter dúvidas se ia ser encontrado. Literalmente fugia.  

PROFESSOR  ABRAHÃO  DE  MORAIS 

Mas em Física fui sempre um encantado. Abrahão de Moraes foi meu Professor no Curso Científico no Bandeirantes (hoje Universidade) e, com naturalidade, (eu imaginando uma bronca), chamou-me para conversar. O fim de seu diálogo era aconselhar-me a fazer Física Teórica. Ele era muito rico e acho que nem sabia o quanto -era muito “desligado”-  e eu cá com meus botões, pensando: “Se faço Física vou é morrer de fome...” E morreria mesmo.
Mas ainda hoje sou um apaixonado por Física, não só a “newtoniana” quanto a “quântica”.  Lembranças eternas dele.

ANJOS MEUS PROFESSORES

Mas, voltando as aulas de informática.
Tenho uma Professora, Dna. Lia, que tratá-la como uma pessoa especial é dizer muito pouco. Ela talvez devesse ser Psicóloga. Se tivesse conhecido Jung, ele lhe daria o Diploma, posto que ela decifra a alma de qualquer de seus alunos, adequando-se a metodologia pessoal de cada um deles. Isso é muito raro. É aí, exatamente, que o mestre se faz legítimo artista da arte de ensinar. E mais: o faz com tal perfeição que jamais perceberíamos o quanto somos burros frente a seus conhecimentos. Esse é seu dom. Raríssimo.
Mas ela é mais que isso. Junto com seu marido, um excelente “mecânico” de computadores, traduzem efetivamente uma figura humana incomum na bondade de ambos, cuidando muio mais de nosso ânimo do que simplesmente do aprendizado.     
Em mais de noventa dias perdi duas aulas. Meu entusiasmo é muito mais deles do que meu próprio.
Parabéns Dna. Lia e Sr. Orlando.
A todos um abraço.
J. R. M. Garcia.