CRÔNICA E CONTOS (Borges e Garcia)
É NATAL
É muito
estranho que as origens de Jesus se tenha imortalizado como nascido em uma
manjedoura. Um estábulo, melhor dizendo.
Lenda?
Que seja. Mas
esta lenda fez-se corrigida em vários idiomas, por centenas e talvez milhares
de especialistas em semântica, linguistas, peritos em teologia e, no
entretanto, assim mesmo nada foi corrigido sobre suas procedências pobres.
Ele filho de
Deus. Senhor do universo. Com a missão de trazer ao mundo uma palavra de
consolo, de caridade e amor.
Por que
haveria de nascer em uma humilde estrebaria? Ali, exposto as mazelas do frio,
de doenças, de ladrões, de percalços de toda espécie?
Muitas eventos
e fatos causam-me estranheza na vida de Jesus, mas seu nascimento realmente -lenda ou não- encabula-me.
Não se era de
esperar que o Senhor do Universo iniciasse a vida de forma tão curiosa e,
quando nada, extremamente exótica. Esta humilde pessoazinha aqui, se fosse
contar a história da vida dele, arrumaria um lugar melhor para nascer. Pelo
menos com lençóis, mais limpo, mais descente. E jogar a culpa toda sobre São
José é exagero, porque Deus teria de prover melhor seu Amado Filho.
Podemos
imaginar também, que aqueles que redigiram os testamentos, tenham colocado um
princípio de vida tão pobre e miserável, mostrando que Deus não escolhe pessoas, mas sim a alma das pessoas.
De qualquer
forma Ele venceu, pois passados mais de dois mil anos estamos aqui a comemorar -nem sempre corretamente- seu nascimento.
Que a paz do
espírito natalino, na pobreza e na riqueza, penetre em todos os lares, com sua
luz de amor, alegria, saúde, esperança e vida.
Um Feliz
Natal a todos.
J. R. M.
Garcia
<martinsegarcia@uol.com.br>