CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)
QUE DESTINO!
Depois de ler
esta crônica, seria impossível vermos uma pessoa meditando e pensar que é fácil
este procedimento.
Mas, às vezes, a
gente para a pensar.
Talvez não
devesse parar, mas acontece que, na verdade, paramos e pensamos.
E, quanta coisa
se pensa!
Acontece que o
homem, se não for de todo louco, ele vive no passado, no presente e no futuro.
É inevitável.
Com isso supondo
que sejamos equilibrados.
Mas, o pior de
tudo, é o que Freud descobriu: “Somos uma ilha de consciência em um oceano de
inconsciência”.
Daí o rolo começa
se armar. É uma sugestão à insanidade.
Além de lidar com
os três tempos (presente, passado e futuro) temos que lidar com este tal de
inconsciente, o qual não conhecemos.
Assim somos
movidos por forças tão poderosas e que não dominamos, as quais rolam dentro de
nossas cabeças como um oceano revolto, a avançar sobre nossa pequena ilha de
lucidez.
Como fazemos?
Além de nossos
três tempos (presente, passado e futuro), ainda temos de lutar contra este
oceano (o inconsciente), a quebrar sobre nossos parcos rochedos e pequenas
praias?
E isso é pensar?
Claro que é. Se
assim não for, o que então seria?
Mas há ainda mais
um elemento dentro desta confusão.
Vem Jung e diz
que funcionamos embasados e grudados no que chamou “arquétipos”, ou seja, toda
a história da humanidade de onde viemos fincada como um prego sobre nós.
Logo, minha
diminuta rocha, fincada por arquétipos em um imenso mar desconhecido, sujeito
aos avanços das marés e tempestades, ainda ouso pensar no passado, presente e
futuro sem de todo perder a lucidez.
Que destino!
J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>