sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = QUE DESTINO! =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) 




QUE DESTINO!


Depois de ler esta crônica, seria impossível vermos uma pessoa meditando e pensar que é fácil este procedimento.
Mas, às vezes, a gente para a pensar.
Talvez não devesse parar, mas acontece que, na verdade, paramos e pensamos.
E, quanta coisa se pensa!
Acontece que o homem, se não for de todo louco, ele vive no passado, no presente e no futuro. É inevitável.
Com isso supondo que sejamos equilibrados.
Mas, o pior de tudo, é o que Freud descobriu: “Somos uma ilha de consciência em um oceano de inconsciência”.
Daí o rolo começa se armar. É uma sugestão à insanidade.
Além de lidar com os três tempos (presente, passado e futuro) temos que lidar com este tal de inconsciente, o qual não conhecemos.
Assim somos movidos por forças tão poderosas e que não dominamos, as quais rolam dentro de nossas cabeças como um oceano revolto, a avançar sobre nossa pequena ilha de lucidez.
Como fazemos?
Além de nossos três tempos (presente, passado e futuro), ainda temos de lutar contra este oceano (o inconsciente), a quebrar sobre nossos parcos rochedos e pequenas praias?
E isso é pensar?
Claro que é. Se assim não for, o que então seria?
Mas há ainda mais um elemento dentro desta confusão.
Vem Jung e diz que funcionamos embasados e grudados no que chamou “arquétipos”, ou seja, toda a história da humanidade de onde viemos fincada como um prego sobre nós.
Logo, minha diminuta rocha, fincada por arquétipos em um imenso mar desconhecido, sujeito aos avanços das marés e tempestades, ainda ouso pensar no passado, presente e futuro sem de todo perder a lucidez.
Que destino!
J. R. M. Garcia.

<martinsegarcia@uol.com.br>