sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) =PARAÍSO DO ZICA VIRUS=

CRÔNICAS  E  CONTOS (Borges e Garcia)



PARAÍSO  DO ZICA  VIRUS

“(Fonte: www.saude.gov.br) O vírus Zika é transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. A principal ação de combate ao mosquito é evitar sua reprodução. O Aedes aegypti se prolifera nos locais onde se acumula água. Por isso, é importante não deixar recipientes expostos à chuva, além de tampar caixas d’agua e piscina. Recomenda-se também a instalação de telas de proteção em janelas e portas e o uso de repelentes.”
Vocês já andaram por alguma favela de São Paulo ou Rio de Janeiro?
Já olharam aquilo ali. Não há esgotos, não há sequer tratamento de água, não há cata de lixo que é jogado nas ruas esburacadas da comunidade.
E isso afeta bem mais da metade de nossa população.
Digo mesmo sem exagero de errar, as condições sanitárias destas imensas comunidades, é semelhante ou pior que a Idade Média, onde a exposição dos dejetos humanos eram esparramados pelas ruas.
A rua é a lixeira.
E pedir ao povo para “não deixar recipientes expostos à chuva, além de tampar caixas d’agua e piscina. Recomenda-se também a instalação de telas de proteção em janelas e portas e o uso de repelentes.”
Isso é um pedido cínico, descarado, desavergonhado.  As piscinas são os esgotos que atravessam estes grandes centros urbanos.
Isso é coisa para um idiota. É simplesmente impossível. A população urbana cresceu desordenadamente e dentro das próprias cidades, com os vários córregos que correm por ela, são esgotos a céu aberto. Nos próprios depósitos de carros apreendidos pelo DETRAN, há imensa quantidade de veículos cujos recipientes de água está no quintal da própria instituição.
E as obras abandonadas? Estas nem pensar. São milhares.
A verdade é que estamos a viver uma época de cinismo, roubo, marginais de colarinho de toda espécie.
Se os EUA descobrirem rapidamente uma vacina e doa-la a nós, possivelmente aplicaremos, mas se assim não for, viveremos uma pandemia que não sei exatamente os limites. E nem as consequências.
Nem serviço de saúde temos, ora.
Mas, tenhamos fé. Acredito que o irmão do Norte virá em socorro.
Um ótimo fim de semana, apesar desta ameaça que não estamos levando a sério.
J. R. M. Garcia.
<martinsegarcia@uol.com.br>