terça-feira, 30 de agosto de 2016

CRÔNICAS E CONTOS(Borges e Garcia) =ELA AINDA AMEAÇA=

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

ELA AINDA AMEAÇA


     Por várias vezes, nas longas justificativas de Dilma, ela deixa escapar veladas ameaças, de que sem ela no poder, o Brasil não se alvará da crise que está por vir. Ela é a única.
     E essas ameaças são muitas e muitas, como se tivesse um plano "B".
   Também, de momento em momento em momento, fala em "golpe".Respondendo a Professora Janaína, a qual indagou-lhe porque Temer servira-lhe bem como Vice nos anos anteriores, agora, na sua segunda gestão, não. Ela enrolou, enrolou e não respondeu. 
    Na verdade Dilma é uma doença ou várias que não sei entrar nestas áreas, mas ela colocou a culpa da crise do mundo. O mundo foi o culpado e ela.....-rs- Jamais. 
   Em momento algum esta mulher admitiu que pode ser mesmo condenada e, com o mesmo dever democrático com que encara a defesa em seu julgamento, não fala em aceitar a Sentença com respeito e lhaneza.
     Ligando fatos, mesmo de um idiota, o filho de Lula disse que ,se seu pai for preso eles (sua caterva) poria fogo no Brasil. É um idiota, mas também pelas bocas de catadores de bostas em zoológico e hoje rico proprietário de terras e gados no Pará, a verdade as vezes transira. 
    Será que Dilma, ainda que em sonho, pensa em ser deposta? Será que pretende resistir e ter de carregá-la com o trono para fora? 
    Sua bola de cristal não especula isso?
  E na verdade está tão mal o Brasil com 13 milhões de desempregados, que Temer terá de fazer milagres para arrancar parte da vaca no atoleiro.
    Amigos. Não percam tempo em escutá-la.
´   E um "besterol" sem fim.
    Um abraço. 
    J. R. M. Garcia.  







quarta-feira, 24 de agosto de 2016

CRÔNICA E CONTOS (Borges e Garcia) =COMPLEXO DE REJEIÇÃO=

COMPLEXO  DE  REJEIÇÃO


Quem, em menor ou maior grau, não o tem?
Pessoalmente não conheço. 
Mesmo aqueles que "se acham", exibicionistas incorrigíveis de toda espécie, lá bem no fundo da alma, sentem-no. Permanentemente não sei, mas circunstancialmente tenho certeza.
É um olhar de esguelha, uma expressão de desprezo que a todos nos escapa faz nosso próximo sentir.
Sentir-se inteiramente, por todo tempo, desprezado , configura uma anormalidade e uma loucura patológica. 
O que me indago, é quantas vezes isso ocorre e mais: como é que se faz para lidar com isso.
Sou velho , feio, feio e manco. Já não mais me suporto bem de pé nem em caminhadas, as quais não dou conta de fazer.
Como faço?
Penso assim. 
Quando estes fatos ocorrem limito-me a aceitá-lo e abandonar o que estava fazendo. 
Ex: uma moça muito feia, muito burra, estropiada de pai mãe queria ser bela, inteligente, articulada. E, quando mais buscava este objetivo, mais feia ficava. Obedeceu os conselhos de Dilma. Foi ser presidente da república.

J. R. M. Garcia
 




terça-feira, 23 de agosto de 2016

PARAGOMINAS

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

PARAGOMINAS

EM CINQUENTA ANOS TRANSFORMARAM SELVA EM CIDADE





JA FOI CHAMADA DE PARA-BALA, PARA-LAMA E, AGORA, PARAGOMINAS.
LÁ EXISTIU MADEIRAS DE LEI COM MAIS DE 5 MTS. DE DIÂMETROS.
DEVASTAMOS A SELVA DE FORMA TAL QUE, SE UM CRIME FOI FEITO EM NOME DA HUMANIDADE, ESTE FOI UM. INESQUECÍVEL.
HOJE ESTE CAMPOS -NÃO DE BOA QUALIDADE- DEU LUGAR A UMA CIDADE COM QUASE CEM MIL HABITANTES. CHOVE POUCO E UM CALOR DE MAIS DE 45 GRAUS AO SOL. AS PESSOAS NASCEM E MORREM, AS ÁRVORES NÃO. ELAS MORREM UMA VEZ SÓ. E LÁ MORREU (MATARAM) ÁRVORES AOS MILHARES COM MAIS DE 500 ANOS. 
FICOU UMA ÁRVORES PARA TESTEMUNHAR O CRIME?
NÃO DEVASTARAM TODAS. RESTARAM ALGUNS TRONCOS GIGANTESCOS.
EXISTIU LÁ MAIS DE 100 CERRARIAS.
ISSO EM NOME DO QUÊ?
DO QUE CHAMAM CIVILIZAÇÃO. 
MAS JÁ ESTÃO PAGANDO O PREÇO. AS FONTES REDUZIRAM, OS CÓRREGOS SECARAM E A TERRA, AGORA, JÁ PRECISA DE ADUBO, SEJA PARA O PASTO, SEJA PARA O PLANTIO DA SOJA. ETERNAMENTE TERÃO E REGAR E FERTILIZAR O SOLO DE QUANDO EM VEZ. 
ÉPOCA AINDA RECENTE COLOCARAM FOGO NA MATA DERRUBADA DE FORMA TAL, QUE NA CIDADE NÃO SE PODIA RESPIRAR.
CRIMINOSOS? 
NÃO SEI. OS HABITANTES DE AGORA JULGAM-SE RICOS EM CIMA DO CRIME QUE DIA A DIA VAI ASSOLANDO O SOLO. SERIA ISSO RIQUEZA?
A ÁREA E IMENSA. 
ESTA ÁREA EM VERMELHO FOI A DEVASTAÇÃO FEITA. 


É MAIOR, MUITO MAIOR DO QUE MUITOS NAÇÕES DA EUROPA. ISTO É DO TAMANHO DE MINAS GERAIS.


NEM PLANTANDO PODERÁ VER ÁRVORES TÃO BELAS, TÃO ALTANEIRAS COMO ESTAS QUE NASCERAM TALVEZ ANTES DE CABRAL TER CHEGADO A BRASIL. 
MAS QUANDO PENSO QUE O PAU BRASIL FOI EXTINTO NA TERRA ONDE DEU POR SEU NOME O PAÍS, FICO A IMAGINAR QUE O CRIME NÃO É TÃO GRANDE ASSIM.
AQUI TUDO É GRANDE, MAS NOSSO CÉREBRO É PEQUENINO COMO UMA SEMENTE. OS HOMENS NASCEM. ESTAS ÁRVORES NÃO. 
J. R. M. Garcia







domingo, 21 de agosto de 2016

CRÔNICAS E CONTOS(Borges e Garcia) =ALEGRE E TRISTE=

CRÔNICAS E CONTOS(Borges e Garcia)
 
ALEGRE E TRISTE
 
VOLEI DE PRAIA  
 
Alegre. Triste.
Terminam-se as Olimpíadas em instantes.
Uns irão para nunca mais voltar. Outros terão esperanças de voltar e se esforçarão. Alguns voltarão e poderão estar entre os novos atletas. Muitos se aposentam. É a idade. Uns casarão, tomarão seu rumo na vida, seguirão sua carreira. Enfim, voltam deste instante em diante para casa. Algumas residências simples, humildes, outros para palácios, para os meios sociais de onde vieram. Todos separar-se-ão para sempre. Se encontrarem já não serão os mesmos. O corpo muda, o fôlego é outro, separações ocorrerão, novas uniões, alguns nem mais entre nós estarão.
Mas enfim, viveram este instante maravilhoso, cheio de graça. 
E agora, em um só instante, tudo terminará ao apagar a chama Olímpica para nunca mais voltar acesa como agora, com os mesmos corpos, como a mesma disposição, com os mesmos parceiros. Foi o instante de uma semana cheia de fé, de luta, de alegria, de esperança.
Não. Isso nunca mais retornará. Outras haverão de existir, mas nunca igual.
Alegre. Sorrisos inimagináveis, tempos idos.
Triste. É um nunca mais como esta vez. 
Marca no fundo da alma cada um de nós que participou.
É, na verdade, um adeus.
"El tiempo nom perdona"
Adeus atletas para nunca mais como esta.
J. R. M. Garcia.  

sábado, 13 de agosto de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) "ESTAREMOS NA MERDA"

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)



NOSSAS ESTRADAS

Isso é uma analogia.
Meu pai foi caminhoneiro por muitos anos. Passou fome nestas longas viagens. Sofreu muito nos atoleiros sem fim. Não existia nem telefonia tão pouco qualquer tipo de auxilio. Desmontava um caminhão e sabia montá-lo.
Era numa pessoa sensível e provavelmente inteligente. Nas chuvas, por estes fundões de Deus, guiava molhado e enlameado inteiramente. Dormia por exaustão quando o corpo parava.
Seu auxiliar -ajudante- de muitos tempos foi um negro de alma tão pura que chamá-lo de branco seria ofendê-lo. Chamava Maromba. 
Um dia vi meu pai, exausto, dizer para Maromba:
--Não dá mais, meu amigo. Ou paramos aqui e deixamos a chuva cair até Deus mandar, ou vamos procurar dez juntas de bois. Se tentarmos mais com estivas este motor funde. Daí estaremos na merda.
--Tá certo. Vou entrar neste mato e "caçar" uma fazenda que tenha bois de carro. Fique tranquilo que eu acho.
Analogicamente é o que se dá com o Brasil.
E aí está. É uma verdade que Temer não entendeu e nunca entenderá, apesar de sua boa vontade.
Doze milhões de desempregados. Falências ocorrendo aos milhares. Dívidas de milhares de municípios adiada até o ano que vem e prorrogação destes débitos por mais vinte anos. Sessenta e cinco milhões de assassinatos por ano. Centenas de favelas impacientáveis. Serviço de saúde onde mais precisa, nulos. Aumento de salários, que ele concedeu ao Congresso, ao Judiciário e aos administradores acima da inflação, para conseguir que aprovassem as medidas para governar. Ao invés do "bolsa família" ele comprou por cima, nas altas cortes, sua presidência. 
E aqui sem falar dos bilhões da dívida externa pública e privada, sustentada por juros maior do mundo em uma moeda que ninguém quer guardar.
Enfim tudo aos milhões e bilhões.
Quanto ao governo que será jogado para fora também são canalhas e merecem isso. Mas não podia ter custado um preço tão alto. 
A falta de patriotismo é universal no Brasil.
Logo, o velho Garcia tem razão:"...ou espera a chuvarada passar ou procuramos dez juntas de bois...""Se tentarmos mais com estivas este motor funde. Daí estaremos na merda."
Pois é !
O inevitável é que "...estaremos na merda." 

 

 

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = ERRO GRAVE =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

ERRO  GRAVE

HÁ ALGO DE MUITO ERRADO NO PAÍS.
PODERIA ENUMERAR.
NÃO. MAS NÃO CONSIGO TANTO. TERIA DE DEIXAR TODAS MINHAS POUCAS ATIVIDADES PARA DIAGNOSTICAR E AO FINAL APONTAR O QUE DE MUITO GRAVE ESTÁ HAVENDO,
NÃO VOU FAZÊ-LO.
O MAU ESTÁ ENTRE NÓS: UMA GUERRILHA URBANA INDISTINTA, SEM LADO, QUE A CADA HORA MATA DOIS, FORA OS QUE FICAM ALEIJADOS; A DESISTÊNCIA DOS PRINCIPAIS ATLETAS  -AO VEREM  A CHAMADA “VILA OLÍMPICA” INACABADA- PREFERIRAM IR EMBORA; ESTAVAM “LOUCOS” PARA PERDEREM LOGOS PARA PEGAR O AVIÃO NA LUXUOSA CABINE DE PRIMEIRA, TOMAR UM BANHO E ACORDAREM EM SUAS CASAS; UM CONGRESSO QUE FOI VENDIDO PARA VOTAR O EMPECHEMANT; UM JUDICIÁRIO QUE NÃO PERDEU A CHANCE E EXIGIU SEU MÉRITO DE BONDADES NO SIGNIFICATIVO AUMENTO DE SUAS MORDOMIAS E SALÁRIOS. SE DILMA E LULA COMPRARAM O ELEITORADO COM O BOLSA FAMÍLIA PARA OS POBRES, TEMER COMPROU OS RICOS COM OS ALTÍSSIMOS SALÁRIOS.
E TODOS SE VENDERAM.

ESTAMOS LEVEMENTE LOUCOS

MAS NADA É TUDO IGUAL.
É DIFERENTE.
A IMPRENSA EMUDECEU. E OS JORNALISTAS INTERNACIONAIS TAMBÉM NÃO SÃO BEM VISTOS AQUI. A POLÍTICA PARA OS BANCOS ESTÁ UMA DELÍCIA.
            VEJO, MAS NÃO ENTENDO NADA.
É BOM QUE LULA VÁ EMBORA. ALIÁS É ESSENCIAL QUE ELE FUJA ANTES DA CADEIA, MAS NÃO VAI RESOLVER, PORQUE ELE INCUTIU UMA MENTALIDADE BESTA DE QUE RICO É AQUELE QUE TEM SALÁRIO ALTO E QUE O BARATO É AQUILO QUE CABE NO SEU BOLSO.
NINGUÉM VAI MUDAR ESTA MENTALIDADE QUE GRAÇOU NO PAÍS.
Ó DEUS PODE SABER ONDE VAMOS.
BOM FIM DE SEMANA.
J. R. M. Garcia



domingo, 7 de agosto de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) = PACÍFICO GARCIA =

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

  PACÍFICO GARCIA  

VELHO  SOLITÁRIO 

Uma lenda.
Estou falando de épocas muito antigas.
Meu pai foi criado por este homem até a idade de quatorze anos. Ele era seu tio.
Tendo meu pai sido obrigado a sair da casa materna para ir morar com uma tia e, lá vendo Pacífico que ele estava passando fome, levou-o consigo em sua vida perdulária. Tudo uma pobreza enorme naqueles fundões do Brasil.
E assim foi.
Vi poucas vezes Pacífico Garcia já bem velho. Sempre curioso, atrás de aventuras as mais perigosas. Para se ver, sempre que o Juiz da Comarca achava que uma pessoa era rebelde e perigosa, lá era nomeado Pacífico “ad oque” para cumprir o melindroso mandato. E, às vezes, o que resultava era dele trazer o citando preso e amarrado.  Excesso de zelo? Não. Tarefa completa. Resistência a receber citação era “cadeia nele” e isso somente o Juiz. Por isso buscava o bicho peado.
Foi atirado várias vezes, mas sempre teve sorte.
Escrevia bem, fazia poesias (ninguém soube explicar-me como aprendeu) e brigava para todos lados.
Imagina que. naqueles idos, passando pela cidade o que nominavam “cometa” -mascates de quinquilharias-, Pacífico foi com eles para o Rio de Janeiro. Surgiu depois de quatro meses, pois o Rio, montado em uma mula, as distâncias eram enormes. Ninguém antes dele, naqueles fundões de Goiás, havia ido ao Rio.
A cidade parou.
Pacífico ficou dando “conferências” sobre o que era o Rio, o que era o mar, os prédios que viu e por onde andou na descida e subida da Serra do Mar.
Imaginem que este homem, Pacífico, ficou três dias resistindo mais de uma dezena de soldados dentro de uma Igreja. Quem levava “matula” para ele era meu pai pelos fundos da obra sacra. Hoje a Igreja ainda existe.
Meu sogro, que o conheceu bem velho também, achava-o simpático, mas disse que quando ficava bêbado ficava dando tiros dentro do bar e todo mundo ia embora. E fechar o bar era tiro na certa.
Ele nominava os objetos. Seu revolver era chamado Naguão. Sua faca Mata Gente. Tinha esta mania de nominar os objetos inanimados. Parece que era uma doença.
Ele e o irmão, quando se encontravam em algum boteco, era briga na certa.
Minha mãe não gostava dele.
E a última lembrança que tenho dele é bebendo um gole de pinga em um boteco para ir jantar lá em casa.
Na época haviam lançado o Sputnik. Ele temia que a máquina desse uma “rabanada”, como dizia, e acabar com a terra. Quando lhe expliquei que era pouco maior que uma bola de futebol ele ficou sério, pensou um pouco e caiu na gargalhada pedindo mais um gole da branquinha, com chamava, e disse:
--Isso é merda....
Não o vi mais.
Mulherengo, mas nunca casou. Não teve filhos. Soube que ele morreu só, dormindo provavelmente, em uma choça onde morava em  outra cidade.
Enfim, uma lenda.
Bom domingo.
J. R. M. Garcia.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)


MARACANÃ ASCENDENDO A PIRA 

 GISELE  CAMINHANDO A RAMPA


OLIMPÍADAS 


Não assisti tudo. Muitas nações. Parece que não se acabava mais. Nunca pensei que o mundo fosse tão grande e as dimensões de suas fronteiras tão imensas.
Que espetáculo vi?
Magnífico!
Ali, eu imagino, está representada a síntese de todo universo humano.
E de que forma estavam?
Com as cores, a indumentária, os modos de seus países. De turbantes alguns, descalços outros, lenços na cabeça muitos, saias (longas saias para homens e mulheres), ternos e gravatas uns poucos. Loiras, morenas, pretas, lindas algumas outras nem tanto. Polônia era o país de traje mais lindo. As kenianas as mais lindas.
A maior delegação era dos EUA, de terno e informal esporte azul e branco.
A Rússia desfalcada na metade de sua delegação, tinham um sorriso contido nas faces. Certamente lembrando seus colegas atletas que foram impedidos de competir.
O Japão portando em cada mão uma bandeira do Brasil com sua natural reverência e agradecimento ao país sede destas Olimpíadas.
Posso dizer que, em minha ignorância, não consegui distinguir 20% das nações.
Delegações pobres com no máximo seis pessoas. Uma nação de menos de seis pessoas, refugiados que chegaram parte à nado no continente europeu.
Negros de tribos africanas e ilhas perdidas no Pacífico, que, pelo seu pequeno número, deixa uma mensagem de fé no ser humano.
Toda etnia do planeta. Não havia um só lugar no Maracanã na plateia e no seu campo.
Uma flor aberta para o céu.
Sorrisos!
Alegria!
Danças, cantorias informais!
Fé!
Uma esperança de amor.
Esse bordado vivo, desfilando aqui com liberdade e esperanças, na forma que em suas nações permitem, é o Brasil, somos nós sem tirar nem por. Uma miscelânea de cores, gente e cantos.
Onde vamos?
Não sei.
Um ótimo fim de semana com a festa do esporte.
J. R. M. Garcia.   


terça-feira, 2 de agosto de 2016

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia) - LILI--

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)



LILI

         Quem foi Lili ?
Não sei muito da vida deste atleta de pequena cidade.
Sei em parte o que me contaram, pois já o encontrei velho atrás do balcão de uma coletoria, (hoje exatoria estadual).
Ainda se denotava nele o extraordinário atleta que fora na Associação Esportiva Ituiutabana, denominada “Veira” nos antigos tempos em que existiu. Era um ponta esquerda veloz, incriticável. Tendo “Paredinha” na defesa, eles eram imbatíveis.
Lili era feliz. Se preparava para as grandes partidas em um campo meio torto para a direita, um pouco de terra e outra tanto gramado. Corria, era veloz.
Fotografias dele como atleta talvez a família ainda tenha, mas nada de radialistas, jornais ou coisas assim. A imprensa era somente escrita em um jornalzinho local sem fotos. Ele ia a pé ou correndo para o campo pelas ruas.
Passavam horas conversando dos muitos desafios que no passado houveram e, juntos, levavam a minguada plateia ao delírio.
“El tiempo no perdona”, lembra o poeta e, ao afinal, de grandes atletas, o time desmanchou-se. Todos eles envelheceram, mas “Paredinha” na defesa e ele no ataque, sempre foram  inesquecíveis lembranças.
Uma tarde o já velho Lili agarrou um colchão de casal cheio de capim membeca e foi atravessar a rua. Sumiu debaixo da incômoda pesada carga.
Não atravessou. O colchão pesava perto de 150 quilogramas e ele de baixo, ainda na fé de sua juventude, foi até o meio da rua e ali perdeu as forças, até que ajoelhou-se e desabou com a carga sobre o calçamento da rua debaixo do imenso colchão.
Ficou quietinho. Não se moveu. Nem gritou. Sua última visão deve ter sido do calçamento onde caiu. Mas lá, muito longe, ainda ficaram suas lembranças.
Não sei se esta é uma história nostálgica ou não, pois afinal quase todas criaturas falecem sobre um colchão e com ele deu-se o inverso. Faleceu sob um colchão. Quem morre no trabalho, lá na minha terra, eles diziam que era um “rola pedra” e ele foi uma destas criatura.
Quem sabe ainda joga no céu aqueles passes rápidos e os dribles infindos? Era assim que ele desejava a eternidade.
J. R. M. Garcia