sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

OLHEM O CANALHA - CRÔNICAS E CONTOS ( Garcia e Borges)

CRÔNICAS E CONTOS
(Garcia e Borges)

OLHEM O CANALHA


 

Na última quarta-feira, a empresa admitiu que cerca de 100 trabalhadores ainda faziam cerca de 80 horas extras por mês.

Exausta
 vítima

"As mortes por excesso de trabalho são um problema tão grande no Japão que já existe até um termo para descrevê-las: "karoshi".
Antes de se matar, Takahashi deixou um bilhete para a mãe, no qual escreveu: "você é a melhor mãe do mundo, mas por que tudo tem que ser tão difícil?".
Semanas antes da morte, ela escreveu uma mensagem nas redes sociais em que dizia: "quero morrer". Em outra, alertava: "estou física e mentalmente destroçada".
"Contratada em abril do ano passado, a jovem chegava a fazer cerca de 105 horas extras por mês.
Além disso, a família acusou a empresa de obrigá-la a registrar menos horas do que de fato trabalhava. Em muitos casos, o registro mostra que ela trabalhou 69,9 horas por mês, perto do máximo de 70 horas permitidas, mas a cifra era bem maior.
Takahashi havia acabado de se formar na prestigiosa Universidade de Tóquio e expunha as condições duras de trabalho na sua conta no Twitter, onde detalhava jornadas de até 20 horas."  

"A carga horária disparou em outubro de 2015, quando ela só chegava em casa por volta de 5h, depois de ter trabalhado dia e noite. Além disso, ela não teve nenhum dia de folga em sete meses."

Ao anunciar sua demissão, o presidente da Dentsu afirmou que "jamais deveriam ser permitidas essas quantidades excessivas de trabalho."

Esse é o país dos samurais, canalhas monstruosos que roubam seu povo, explora sua criatividade e força de trabalho.
Não quero dizer mais nada. 
Quando vejo isso sinto uma revolta tão grande, que me vejo humilhado ao pertencer a raça humana.
J. R. M. Garcia.