terça-feira, 17 de janeiro de 2017

CRÔNICAS E CONTOS (Borges e Garcia)

A  ARTE  É  ETERNA?


É simples
Nas grutas e cavernas onde habitamos no passado, traçamos riscos na pedra bruta em forma de figuras de animais, cópias rústicas de rostos humanos, garatujas quase irreconhecíveis.
Por lá passaram os milênios e milênios e mais milênios, cujos outros humanos habitaram estas acomodações primitivas. Com datação do carbono 14, estas figuras demonstraram ser de épocas tão antigas quanto os habitantes iniciais deste planeta. Vararam muitos milhares de anos desde o começo de nossas mais remotas eras. Hoje são  preciosos para nós, homens atuais, ver, espantado, estes riscos mal feitos, mas delineando animais e crenças há muito desaparecidos da face do planeta.
Isso é arte?
Não. Não tudo e todas.
Isso é a necessidade anímica do ser humano expressar suas impressões interiores sobre aspectos do cotidiano de suas vidas. Tudo que é vivo sente, mas somente o homem reflete e, como tal, expressa. Sempre foi assim.
Logo esta expressão que, por alguma razão, não só inspira outros seres humanos mas agrada-os, fixando em sua memória e passando de gerações a gerações.
As edificações de Gaudí, as pinturas de Da Vinci, os quadros de Rembrandt, a poesia de Byron, a música de Wagner, os filmes de Chaplin, os discursos de Cícero ficarão para sempre se aqui continuarmos habitando. E vão por aí mais e mais exemplos, à medida que o planeta for expandindo seus meios de demonstração.
A característica principal do que é uma obra de arte, é um sentimento comum do autor de comunicar-se com todos causando-lhes sensações de prazer.
Isso é Arte.
J. R. M. Garcia.