CRÔNICAS E CONTOS
Garcia
EXAME DE CONSCIÊNCIA
Fiz
a besteira de, neste princípio de 2.017, tentar fazer um exame de consciência.
Fui diminuindo o fôlego, sentindo-me tão
angustiado, aflito e, aos poucos, ia indo para o desespero.
As idiotices que ia passando por minha
mente não me deixava dúvida: não digo que era uma besta para não desvalorizar
este animal obediente e que prestou na história da humanidade tanto serviço.
Quantos erros cometi!!!!
Nosssaaaaaaaaaa........
Poderia evita-los?
Isso não sei, porque um tolo se reúne a
outros tolos e vai somando um monte de estultices umas sobre as outras, até que
se vê mais enlouquecido que rato em banheiro.
Ajudei a muitos que tinham por mim
verdadeiro desprezo e desprezei a outros que a quem devia favores. E isso é
grave. Como sou de temperamento sanguíneo, “quebrei lanças” por verdadeiros
canalhas, quando sorriam e gargalhavam sobre meus ombros.
Errei quase todos os negócios de minha
vida. Traí amigos. E isso também é grave.
Na verdade, quando vi ia formando uma
trajetória que nem mais me conhecia.
Nunca me imaginei anjo, mas o que
deparava era com um marginal.
Deus me livre!
Desisti.
Saí apavorado e fui dar uma volta na
praça.
E o pior, meu querido leitor, é que
continuo errando a cada passo que dou. Sempre enganando a mim mesmo. Não posso
nem valer-me do dístico daquela propaganda: “Quando perguntarem por mim, diga
que voltarei quando me encontrar.”
Porque se eu me encontrar, sofro o meu último infarto.
J.
R. M. Garcia.